Cultura

Artista celebra 50 anos de carreira com exposição em Niterói

Luiz Carlos de Carvalho terá mostra no Museu do Ingá

Série 'Montparnasse, Paris' (spray sobre papel)
Série 'Montparnasse, Paris' (spray sobre papel) |  Foto: Divulgação

Uma comemoração à vida. É assim que o artista Luiz Carlos de Carvalho define a sua próxima exposição “À maneira do pintor, o gesto”, que será aberta nesta sexta-feira (24), às 17h, no Museu do Ingá, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, com curadoria de Márcia Muller e de Luiz Sérgio de Oliveira. A mostra marca os 50 anos de carreira do artista.

Não se trata de uma retrospectiva e é mais do que uma trajetória. Na ocasião, acontecerá o projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, que apresentará imagens dos trabalhos do artista projetadas em 4 metros na parede, editadas em movimento, criando uma sensação sensorial de impacto.

Além disso, três músicos farão composição instrumental com sintetizadores, guitarra e percussão. Assim, será criada uma trilha sonora ao vivo, produzindo uma imersão na obra de Luiz Carlos. Todos os músicos são artistas plásticos e curadores: Luiz Badia, André Sheik e Osvaldo Carvalho.

  • Artista celebra 50 anos de carreira com exposição em Niterói
  • Artista celebra 50 anos de carreira com exposição em Niterói

A individual será dividida em duas partes: no salão de vidro ficarão oito telas em grandes formatos, com trabalhos geométricos em pinturas sobre telas; e no corredor, cerca de cinquenta obras em gestual livre serão dispostas como uma colcha de retalhos, nas séries ‘Montparnasse, Paris’ (spray sobre papel), ‘Engenho do Mato’ (spray sobre papel) e ‘Gestual Livre’ (acrílica sobre papel). Além disso, livros de artista ficarão dentro de uma vitrine, e outros 4 pintados sobre lona estarão à disposição do público para manuseio.

O primeiro contato com a arte veio por influência do seu pai, que era calígrafo e cartógrafo. Luiz Carlos resolveu utilizar a técnica de cartografia e o uso da régua, dos esquadros e do compasso, que aprendeu com o seu pai.

Trabalhar a escrita é também uma forma de desenhar a letra. Começou, então, a desenhar. E desenhou tanto e tão bem que participou, em 1973, da XII Bienal de São Paulo.

“Eu tenho o papel como principal suporte, a pele da arte: como foram o papiro e o pergaminho no passado. Seguindo, passo para a prática de pintura, aí tenho as telas, lonas, madeiras, novamente o papel”, explica.

O começo se deu pelo desenho (1973), a gravura (de 1978 até 1981) e, depois, veio a geometria. Luiz Carlos tem o ‘Construtivismo’ como pilar. Seus trabalhos são minuciosos, rigorosos. “Aprendi com meu pai o manuseio de ferramentas. Quem também me ensinou muito foi Aluísio Carvão – pintor, escultor, ilustrador, cenógrafo e professor – no curso que fiz no MAM”, relata o artista.

Depois, veio o interesse por ‘Street Art’, quando sua mulher viajou para Alemanha, França e Espanha e lhe trouxe livros sobre esta expressão artística. A arte urbana é muito forte em Berlim. O gestual, que já estava presente em sua geometria, ficou ainda mais firme. Com o graffiti, passou a se comunicar mais diretamente com o público, com movimentos de contestação e da cultura hip hop.

Em “A maneira do pintor, o gesto”, Luiz Carlos une as duas formas: a geometria baseada na arquitetura e o gestual livre.

“Estava eu, num certo dia, há mais de vinte anos, em Arraial D’Ajuda e fiquei observando a porta e a janela. Tinha um retângulo e um quadrado. Então, recortei. O meu propósito com esta geometria arquitetônica era trazer uma sensação boa às pessoas, uma harmonia em contraponto ao caos urbano. No gestual também passo a harmonia”, descreve o artista.

Em complemento a esta ideia, Marcia Muller destaca que “as duas partes na qual a mostra será dividida apresentam a ordem e o caos, mas não um caos ruim e sim de criação. Na mitologia grega e romana, o caos era ao mesmo tempo uma divindade rudimentar, capaz, entretanto, de fecundar. Primeiro foi gerada a Noite e, depois, o Érebo”.

Como diz Luiz Sérgio de Oliveira, “entre emaranhados de linhas, gestos e geometria, o pintor Luiz Carlos de Carvalho enfrenta a tarefa de materializar na pintura sua visão de mundo, em uma complexidade que não comporta simplificações. Uma pintura que é entendida não como um ponto de chegada, mas como uma ponte para o mundo onde a vida é vivida”.

Sobre o artista:

Luiz Carlos de Carvalho (Luiz Barba) nasce em Niterói em 1952. No ano de 1973, inicia seus estudos em Artes Visuais no MAM RJ; de 1978 a 1981, frequenta os cursos de gravura na Oficina de Gravura do Museu do Ingá, Niterói. Inicia a sua trajetória artística participando da XII Bienal de São Paulo em São Paulo (1973), Salão de Verão, MAM RJ (1975).

Suas principais exposições individuais são: Gravuras e Desenhos, Galeria Funarte Macunaíma, RJ; Céu sobre Terra (pinturas), Museu do Ingá, RJ; Pinturas, Espaço Cultural Conselheiro Paschoal Cittadino RJ; Luiz Le Barba – à Gauche, Museu do Ingá, RJ. Desde então participa de diversas exposições coletivas de gravura no Brasil e exterior.

Serviço

Exposição “À maneira do pintor, o gesto”, de Luiz Carlos de Carvalho

curadoria: Luiz Sérgio de Oliveira e Marcia Muller

Abertura: 24 de novembro, às 17h – projeto ‘Vídeo Performance Sonora’, às 18h (duração de 20 minutos)

Visitação de 25 de novembro de 2023 a 3 de março de 2024, de quarta a domingo, das 12h às 17h

Museu do Ingá – Niterói

Endereço: Rua Presidente Pedreira, 78 - Ingá, Niterói - RJ, 24210-470

Informações: (21) 2717-2903

< Neymar se derrete pela filha em post; veja fotos Polícia Civil busca suspeito de matar mulher a facadas na Maré <