Cidades

Niterói aposta na leitura e na educação de olho no futuro

Última edição aconteceu em 2014. Foto: Divulgação
Última edição do Salão de Leitura aconteceu em 2014. Foto: Divulgação

Niterói pretende entrar de vez no circuito literário do estado. Isso porque no próximo ano está prevista a 5ª do Salão de Leitura, que promete agitar o Caminho Niemeyer com visitas de escritores renomados, palestres e oficinas, é o que revela o presidente da Fundação Municipal de Educação, Bruno Ribeiro.

Segundo o presidente da FME, o município administrado pelo prefeito Rodrigo Neves, desde 2013, tem estimulado a leitura através de inaugurações de bibliotecas, além da elaboração do Salão de Leitura, que deve acontecer entre março e maio de 2020.

O evento deve durar nove dias, com entrada gratuita e com objetivo de ultrapassar os cerca de 70 mil visitantes que participaram da edição de 2014. 

Durante a programação, haverá vendas de livros, sessões de cinema, exposições, debates, palestras, apresentações teatrais e presença de autores, possibilitando a troca de ideias com os visitantes. O objetivo do evento é justamente estimular a prática da leitura, além de promover a cultura fluminense. 

Presidente da FME, Bruno Ribeiro comentou avanços na educação em Niterói. Foto: Ramon Ribeiro

“Estamos planejando tudo e vamos levar a proposta ao prefeito para ele ver o melhor momento e data. A ideia é manter nove dias, nos horários das 9h às 22h. Durante a semana do evento, fazemos a ida dos alunos até o local, aproveitando os horários de aulas. Também confeccionamos para o evento moedas e vouchers pra que estudantes possam trocar por livros”, revela Bruno. 

Ele também apontou a entrega de escolas e climatização gradativa das demais unidades, além da criação de projetos voltados para os alunos, como grandes conquistas da Educação em 2019 — como o Poupança Escola, Banco de Oportunidades, Niterói Jovem EcoSocial, Espaços Nova Geração, Escola da Paz, além dos reforços escolares, que já atingem cerca de 3 mil alunos. 

Pisa

De acordo com uma pesquisa feita pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e divulgada na última semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresentou uma leve melhora nas pontuações de leitura, matemática e ciências, sendo que apenas dois a cada 100 estudantes atingiram os melhores desempenhos.

A avaliação posicionou o Brasil no 57ª lugar entre os 77 países e regiões com notas disponíveis em leitura, na 70ª posição em matemática e na 64º posição em ciências, junto com Peru e Argentina, em um ranking com 78 países. 

Em Niterói, Bruno aponta para a contramão do município a partir de investimentos realizados.

“A Emenda Constitucional nº 59 de 2009 obriga aos municípios universalizar a pré-infância, entre os quatro e cinco anos. Quando a atual gestão chegou, há seis anos, já se deparou com a proposta. Havia uma necessidade de até 2016 cumprirmos essa meta. E nós conseguimos avançar com a expansão dentro de um momento de crise, chegando a uma marca histórica de 25 Unidades Municipais de Educação já implementadas na cidade”, garante. 

O presidente da FME, Bruno Ribeiro, falou sobre investimentos do municipio na Educação. Imagens: Ramon Ribeiro

Ideb

A conjuntura de investimentos mostra a ideia da equipe de trabalho da pasta de Educação municipal em atingir a meta do Índice de Educação Básica (Ideb). A Prova Brasil, que serve como principal indicador para a elaboração dos dados, foi realizada em novembro e o resultado será divulgado no próximo ano. 

Em 2017, a nota geral do município atingiu 5,4 pontos - uma nota considerada abaixo do ideal, que é 6, apesar de naquela época a Escola Municipal Julia Cortines, em Icaraí, ter atingido um considerável desempenho: 7,1 - se destacando no Leste Fluminense.

Pontuação de Niterói

Anos iniciais - 1º ao 5º ano:

2007 (4,4); 2009 (4,6); 2011 (4,6); 2013 (4,7); 2015 (5,1), 2017 (5,4).

Anos finais - 6º ao 9º ano:

2007 (3,8); 2009 (3,8); 2011 (3,7), 2013 (3,4), 2015 (3,4), 2017 (4,2). 

Bruno enfatiza que os dados mais recentes demonstram que a cidade está no caminho certo.

"Os investimentos de fato já causaram um grande avanço no aspecto educacional. A gente já trabalhou muito para bater os índices colocados mais pra frente. Os profissionais de Educação da rede são muito qualificados, empenhados e dedicados e têm um compromisso enorme com os alunos”, contou Bruno, destacando a necessidade de se trabalhar com os índices em médio e longo prazo.

Ele também apontou que as aplicações fizeram Niterói figurar no topo do ranking das cidades que mais investem na área da Educação, sendo a primeira do Estado e a segunda do país que mais injeta recursos financeiros nessa área.

“Em outubro, o prefeito Rodrigo Neves esteve na Reunião Geral da Frente Nacional dos Prefeitos, em Salvador, e trouxe esses dados. Enquanto os 5.570 municípios do país têm uma média de investimentos atingindo os R$ 7 mil por aluno/ano, Niterói se destaca por investir R$ 16 mil por aluno/ano. É mais do que o dobro de investimentos e tem muito a ver com a valorização do profissional e com a expansão da rede por meio das unidades escolares”, finaliza.

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