Homicídio doloso

‘Não tive a intenção’, afirmou motorista acusado de atropelamento

Segundo a Polícia, ele mentiu sobre dinâmica do acidente no Rio

Homem ficará 30 dias preso até finalização das investigação
Homem ficará 30 dias preso até finalização das investigação |  Foto: Divulgação

O motorista de ônibus preso ao atropelar e matar o subtenente da reserva do Corpo de Bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, durante a madrugada do dia 1º de janeiro, negou que tenha tido a intenção de atropelar a vítima. A declaração foi feita pelo condutor da linha 125 (Central x General Osório), durante seu depoimento obtido pelo portal g1, nesta terça-feira (3). A Polícia Civil afirmou, no entanto, que ele mentiu para os agentes sobre a dinâmica do acidente. 

A Polícia Militar prendeu o acusado e o levou para a 12ª DP, em Copacabana, que analisou as imagens e ouviu testemunhas, conseguindo com a Justiça a prisão preventiva. O motorista irá responder por homicídio doloso, quando tem intenção de matar. 

O atropelamento ocorreu depois do réveillon, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na altura da Praça do Lido, Zona Sul do Rio.

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Depoimento

Para os investigadores, o acusado informou que, por volta das 4h40, ele conduzia o veículo da linha 125, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, quando Gilson (vítima) "apareceu na frente do veículo de repente e o declarante imediatamente freou e parou o veículo".

Em seu depoimento inicial, ele informou ainda que "Gilson permaneceu aproximadamente um minuto na frente do veículo e, em seguida, caminhou para o lado esquerdo do ônibus em direção à calçada. Que olhou atentamente pelos retrovisores e quando teve certeza que Gilson não estava ao alcance do veículo, acelerou lentamente, sentiu um peso na direção e escutou populares solicitando que o declarante desse marcha à ré".

De acordo ainda com o motorista, ele deu marcha à ré e "viu Gilson caído ao solo e que, em seguida, populares que estavam do lado de fora do veículo iniciaram apedrejamento, quebrando o ônibus e sentiu risco de morte devido à agressividade dos populares".

No entanto, poucas horas depois, a 12ª DP descobriu que o acusado mentiu em depoimento. "Num primeiro momento, ele prestou um esclarecimento falso ao narrar o que aconteceu na dinâmica do atropelamento. Nessa ocasião (do depoimento de Valdir), não haviam testemunhas e nem imagens que pudessem contradizer a versão dele. Mas, com avançar das investigações, localizamos três testemunhas e elas foram ouvidas. Além disso, analisamos várias imagens de câmeras de segurança e de pessoas que filmaram a ação. A partir daí, não ficou dúvidas sobre a conduta mentirosa dele e o dolo que ele assumiu", informou o delegado André Leiras, titular da 12ª DP (Copacabana), para o portal g1.

Sendo assim, a 12ª DP pediu a prisão do acusado, e o mandado de prisão temporária foi expedido pela juíza Flávia Fernandes de Melo Balieiro Diniz, do Plantão Judiciário. 

O Rio Ônibus, sindicato das empresas rodoviárias, afirmou, em nota, que o motorista trabalhava no cargo desde 2017 e costumava rodar na linha 125. 

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