Política

Réus por corrupção na comissão para analisar impeachment de Witzel

Marcos Abrahão vai integrar comissão especial do impeachment. Foto: Alerj/Arquivo

Os deputados estaduais Marcus Vinicius (PTB) e Marcos Abrahão (Avante), réus por corrupção passiva e associação criminosa na operação Furna da Onça, farão parte da comissão responsável por emitir parecer no processo de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). Ao todo, a comissão reúne 25 parlamentares — um de cada bancada da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Os réus foram reintegrados ao plenário há menos de um mês, após decisão favorável do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Por serem os únicos integrantes dos respectivos partidos na Casa, Abrahão e Marcus Vinicius terão papel de peso na decisão sobre o destino de Witzel.

A comissão especial é a primeira prova de fogo de Witzel no processo de impeachment, que inclui ainda a convocação dos envolvidos nas acusações, defesa do governador, votação do parecer em plenário e julgamento do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Além deles, os deputados André Corrêa (Dem), Luiz Martins (PDT) e Chiquinho da Mangueira (PSC) foram reconduzidos ao cargo pela decisão do Supremo. Os três integram bancadas mais numerosas na Casa e não foram destacados para a comissão pelas lideranças partidárias.

Os cinco parlamentares foram presos preventivamente pela Polícia Federal (PF) em novembro de 2018, após serem reeleitos, na operação do Ministério Público Federal (MPF) que investigou um esquema de 'mensalinho' envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral.

Livres pela decisão da própria Alerj, eles ainda respondem pelo processo da Furna da Onça no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Apesar de acordo tácito para afastamento da Casa, nos últimos meses os parlamentares travaram uma batalha de liminares para garantirem a reintegração do mandato.

Marcos Abrahão e Marcus Vinicius foram procurados, através dos gabinetes, para comentar a participação na comissão especial, mas não houve retorno.

Impeachment

A primeira reunião do grupo será presencial, marcada para as 13h desta quinta-feira (18). A primeira missão do grupo seleto é eleger um relator, um presidente e traçar seu plano de trabalho. Após esse pontapé inicial, os 25 deputados terão até dez sessões para elaborar parecer sobre a denúncia.

A reunião será presidida por Eliomar Coelho (Psol), o parlamentar mais idoso da Casa, com 79 anos. Em isolamento social há três meses, o deputado requisitou ao presidente André Ceciliano (PT) cuidados redobrados para a sessão presencial.

A tramitação do processo de cassação iniciou na última quarta-feira (10), quando em votação simbólica 69 dos 70 parlamentares aceitaram analisar as denúncias contra o chefe do Executivo.

Dos 14 pedidos de impeachment, foi aceita a petição protocolada pelo decano Luiz Paulo e Lucinha (PSDB, ambos), que tem como base a operação Placebo — na qual o Palácio Guanabara foi alvo de buscas e apreensão — e o parecer contrário às contas de Witzel pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Componentes da comissão

Luiz Paulo (PSDB)

Enfermeira Rejane (PCdoB)

Dionísio Lins (PP)

Renan Ferreirinha (PSB)

Carlos Macedo (Republicanos)

Chico Machado (PSD)

Márcio Canella (MDB)

Val Ceasa (Patriotas)

Waldeck Carneiro (PT)

João Peixoto (DC)

Martha Rocha (PDT)

Subtenente Bernardo (Pros)

Brazão (PL)

Marcus Vinicius (PTB)

Rodrigo Bacellar (Solidariedade)

Marcos Abrahão (Avante)

Léo Vieira (PSC)

Alexandre Freitas (Novo)

Eliomar Coelho (Psol)

Marina Rocha (PMB)

Valdecy da Saúde (PTC)

Bebeto (Podemos)

Dr. Deodalto (Dem)

Welberth Rezende (Cidadania)

Gustavo Schmidt (PSL)

Publicada às 20h10

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