Política

Suspeita de espionagem estremece a Alerj

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|  Foto: Alerj
Presidente da Alerj pediu auditoria nos equipamentos em busca de grampos. Foto: Thiago Lontra/Alerj

O deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), determinou nesta terça-feira (11) que o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão seja convocado para responder a acusação de que estaria espionando os deputados.

Ceciliano disse ter ouvido do próprio Tristão, na presença do deputado estadual e líder de governo Márcio Pacheco (PSC), declarações sobre um suposto dossiê contra os parlamentares. Os deputados manifestaram suspeita de que há grampos na Casa a pedido do secretário.

Além da convocação, Ceciliano pediu que a Comissão de Segurança acione o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).

“Ouvi do próprio Lucas Tristão que tinha dossiês contra os 70 deputados. Vamos pedir ao MP e a PF para fazer auditoria nos equipamentos”, disse Ceciliano durante a sessão ordinária.

O presidente da Casa ainda não havia se pronunciado sobre o embate. Na sexta-feira (7), o parlamentar publicou no Diário Oficial um pedido de informação endereçado ao governador Wilson Witzel (PSC) sobre as suspeitas.

O documento, de caráter genérico, questiona se há "escutas telefônicas, captações ambientais, interceptações físicas (seguir pessoas e captar suas imagens, encontros e afazeres), 'ações controladas' com infiltrações de agentes, a captação de mensagens de SMS ou qualquer outro aplicativo de mensagens e e-mail” contra os parlamentares ou outras autoridades públicas e seus familiares.

Embate

O debate na sessão iniciou quando Alexandre Knoploch (PSL), vice-líder do governo, interrompeu as votações para questionar o requerimento. "Nunca utilizaremos qualquer órgão do Estado para investigar qualquer um sem o devido processo legal", afirmou.

Ao que reagiu o deputado estadual Dr. Serginho — em processo de desfiliação do PSL e alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, que rompeu com Witzel — defendendo que as suspeitas podem levar a cassação do mandato do governador.

"Está claro que estamos diante da necessidade e das provas indiciárias de instaurarmos o processo de impeachment contra o governador do Estado. Essa casa não pode se omitir, sobretudo se a dúvida vem da presidência", protestou Dr. Serginho.

Adiante na sessão, o líder do governo Márcio Pacheco (PSC) fez a leitura do posicionamento oficial do governo estadual.

"Não há, nem do governador, nem de membros do Executivo, nenhuma ação de escuta a parlamentares ou qualquer ação que venha a agir de modo a expor ou denegrir a imagem do parlamento e de seus membros", afirmou.

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