Brasil & Mundo

Dia do Sexo: abraçar é o novo normal

Especialista alerta para a importância do abraço. Foto: Divulgação

O período de isolamento social em decorrência do novo coronavírus (Covid-19) trouxe uma série de mudanças no cotidiano dos brasileiros, inclusive na rotina sexual. Protocolos de distanciamento social evidenciaram o abismo entre casados e solteiros. Mas, o que fazer para não deixar o prazer de lado? Neste 6/9 (domingo) quando é celebrado o Dia do Sexo, especialistas explicam como apimentar a relação.

Segundo a sexóloga Regina Moura, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a pandemia provocou um conjunto de mudanças no comportamento sexual das pessoas. Entre as principais modificações estão: a intensificação do convívio diário com o parceiro fixo e o distanciamento absoluto no que tange os parceiros casuais.

"O negócio ficou meio estranho porque para quem é casado, ou possui um relacionamento estável, a convivência diária obrigou a estabelecer uma nova rotina. Em alguns casos, essa mudança aproximou afetivamente os parceiros, ou então afastou o casal de vez. Já para quem não tem parceiro fixo e faz sexo casual, ficou sem ter o que fazer. Coube se reinventar", explicou a especialista.

Outro ponto também bastante questionado pelos casais, de acordo com a sexóloga, foi sobre a proteção contra a doença na hora do sexo. Mas, para a especialista, a forma mais segura de transar em tempos de pandemia é através dos meios digitais.

"A doença é transmitida pelo contato e pelos fluídos, principalmente da boca e do nariz. Então o beijo e o toque ficaram evidenciados como principal meio de transmissão. E, no sexo, são quase indispensáveis. O que percebemos é que as pessoas estão se autossatisfazendo mais nessa época, porque é uma forma segura de diminuir o desejo na medida possível"

Casais se reinventam em período de pandemia. Foto: Divulgação

Dica

A principal recomendação da sexóloga para os casais com relação afetiva estável é, apesar de irônica, simples: se abraçar.

"Abracem-se! Sabe por que eu estou falando isso? Porque um casal mesmo quando não está bem, transa e dá beijinho, mas não se abraça. O abraço é a maneira muito mais envolvente do que qualquer outra coisa em relação ao sexo. É a partir do abraço que se redescobrem ligações"

Já para os solteiros, a dica - mesmo em tempos de flexibilização - ainda é a interação virtual. Mas a especialista alerta que nesses casos, o prazer é mais interessante para os homens, por uma questão de atração.

"O sexo é muito mais cabeça do que contato físico. Mas precisamos ressaltar que o homem se seduz mais com a visão do que a mulher. O prazer feminino é mais intenso com o contato físico, é quase que absolutamente indispensável para a mulher. Por isso, o sexo virtual é muito mais para os homens do que para as mulheres", diferenciou.

Mercado

Com opções de lazer fechadas, a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) aposta em ambiente privativo e protocolos de segurança para atrair casais neste domingo (6/9). De acordo com o presidente da entidade, Felipe Martinez, o setor moteleiro está se fortalecendo e se profissionalizando cada vez mais para atender clientes em tempos de pandemia.

"Desde o check-in até o check-out, o único contato humano que os hóspedes têm são com seus respectivos parceiros. Vale frisar que o hóspede faz o trâmite sem precisar sair do seu carro e por meio de um vidro ou interfone interage com a recepção", explicou.

De acordo com dados da ABMotéis, diferente do que se pressupõe, 71% dos frequentadores assíduos de motéis no Brasil são pessoas em relacionamento estável, ou seja, casados ou namorados. Entre os menos assíduos, os casais fixos representam 85% do total de clientes.

"Tradicionalmente, as questões de higiene, limpeza e proteção já são prioritárias para os motéis. Essa atenção se intensificou ainda mais com a pandemia. Além de processos e controles rígidos, os motéis utilizam produtos químicos que são capazes de esterilizar e desinfetar todas as superfícies, hidros e demais áreas das suítes", afirmou.

Outra percepção da entidade ao longo do período de pandemia foi em relação ao tempo médio de estadia. Segundo Martinez, os casais têm optado por períodos mais longos e pela modalidade de pernoite.

< Corinthians e Botafogo empatam com gol de Kalou AGU obtém bloqueio de R$570 milhões de desmatadores da Amazônia <