Cidades

Autoridades criticam ajuda aos moradores de rua

Centro de Niterói está entre os principais pontos de concentração (Foto: Ibici Silva)

O crescente número de moradores de rua em Niterói tomou conta dos principais assuntos abordados na manhã desta quarta-feira (6) no Conselho Municipal de Segurança Pública, encontro realizado no Centro da cidade. Segundo autoridades ligadas à segurança do município, ações realizadas por entidades filantrópicas estariam contribuindo para o aumento e permanência de pessoas consideradas em situação de rua. De acordo com eles, voluntários que distribuem alimentos e roupas podem estar mais prejudicando do que ajudando.

“Em Icaraí, que é a minha área de atuação, vemos uma população que vive da mendicância como profissão, que recebe incentivo de uma população comovida diante daquela cena, mas não tem consciência do que o ato pode ocasionar. Quando a população colabora com um mendigo, ela está contribuindo para que ele permaneça naquela condição subumana”, afirmou a delegada da 77ª DP (Icaraí), Raíssa Celles.

Autoridades falaram sobre o crescente número de moradores de rua na cidade (Foto: Ibici Silva)

A presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados, Raffaela Cupello, concordou com a delegada e ressaltou que é preciso orientar a população a doar para abrigos e instituições ao invés de realizarem uma distribuição nas ruas.

“Se você for para a Avenida Amaral Peixoto às 18h30, os moradores em situação de rua já começam a montar fila para receber alimentação. No domingo, a igreja vai até o Centro e distribui café da manhã, almoço e jantar para essa população que acaba ficando confortável com essa vida”, disse.

O secretário executivo do Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Segurança, coronel Paulo Henrique, informou que os moradores em situação de rua que utilizam entorpecentes têm dado trabalho e que representam um problema de saúde pública.

“Nós enfrentamos um problema na efetividade da ação: a polícia faz a abordagem, leva para a delegacia para o sarqueamento e constata que não há crime. O morador de rua é, então, encaminhado para o hospital psiquiátrico, que opta pela não internação e acredita que o problema pode ser resolvido de forma clínica. O resultado? A pessoa volta para as ruas e nós estamos em um ciclo que não apresenta resultados efetivos”, contou.

Procurada, a Arquidiocese de Niterói ainda não se pronunciou sobre o assunto.

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, os pontos com maior concentração são: Centro, Icaraí, São Domingos e Boa Viagem.

A Prefeitura de Niterói informou que equipes possuem uma rota diária de abordagem nos bairros com maior concentração de pessoas em situação de rua, além de pontos específicos em torno da cidade. As equipes atuam de segunda a sexta em três turnos: manhã, tarde e noite. Aos sábados, domingos e feriados, é realizado um plantão das 9h às 19h.

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