Cidades

Bancas de Niterói se unem em rede de solidariedade

Vendas são feitas com distância do cliente e os vendedores utilizam luvas. Foto: Aproban

Na tentativa de reduzir a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as autoridades são claras: "Não saiam às ruas". o alerta é ainda mais rigoroso quando se trata de pessoas que se enquadram em grupos de riscos. Pensando nisso, trabalhadores de 40 bancas de jornais de Niterói decidiram se unir em uma rede de solidariedade.

Entre os serviços que os funcionários estão prestando, principalmente os mais jovens, é o de fazer pequenas compras para moradores de prédios, principalmente nos bairros de Icaraí e São Francisco, na Zona Sul de Niterói. Mas, de acordo com o diretor da Associação dos Proprietários de Bancas de Jornal de Niterói e São Gonçalo (Aproban), Adalmir Ferreira, de 34 anos, a intenção é ampliar para o Centro e Região Oceânica.

"É um momento assustador para todo mundo. As bancas permanecem abertas, então a situação consegue se manter economicamente estável. Então por que não ajudar quem mais precisa nessa hora, que são os idosos? Muitas bancas já disponibilizaram um funcionário para atender os pedidos de pequenas compras próximas. Basta os moradores ligarem para o número de celular de cada banca", explicou o diretor.

A medida restritiva anunciada pelo prefeito Rodrigo Neves (PDT) também ordenou o fechamento de espaços e parques públicos, entre eles o Campo de São Bento. O diretor informou que, a partir de segunda-feira (23), algumas bancas também vão se oferecer como uma espécie de "marketplace", para expor os produtos dos barraqueiros que trabalham no local.

"Muitos trabalhadores que têm o ponto de vendas físico no Campo de São Bento devem estar passando por problemas econômicos, por ser a principal fonte de renda. Por isso, vamos disponibilizar as bancas como ponto de vendas desse material, propagando esses produtos", disse.

Higienização

Com a maioria das bancas mantendo o funcionamento entre 6h e 22h, Adalmir Ferreira explica que, além de disponibilizar funcionário para efetuar compras para moradores, as bancas também estão se adaptando para ofertar outras formas de ajuda. Visando principalmente a população em situação de rua, algumas bancas já oferecem água e sabão para higienizar as mãos.

"Na situação como essa, os moradores de rua são os mais expostos. E como a maioria dos comércios e órgãos públicos estão fechados, onde eles vão lavar as mãos? Se a gente puder amenizar, mesmo que muito pouco, já será suficiente", espera o diretor.

Um galão de água e sabão são disponibilizados. Foto: Aproban

Proteção

Para evitar o contato com os clientes, vendedores das bancas de jornais estão utilizando álcool em gel a cada venda ou luva para entregar os produtos aos consumidores. Nas plataformas maiores, onde o cliente poderia entrar para escolher as mercadorias, foram colocadas correntes na entrada para impedir o acesso.

Pontinho de Luz

O movimento Pontinho de Luz decidiu criar um cadastro de voluntários, principalmente para técnicos em Enfermagem, enfermeiros e médicos. De acordo com a organização, esse banco de dados ficará à disposição da Defesa Civil de Niterói para convocação diante de um possível pico de contágio do Covid-19 ou pela falta de profissionais que já estejam atuando nos hospitais da cidade.

"Nesse momento todos nós devemos estar unidos e, nós da Pontinho de Luz, estamos fazendo o que está ao nosso alcance para ajudar a população das cidades que estamos inseridos, especialmente os profissionais da área de saúde e familiares dos atingidos em situação de vulnerabilidade", publicou o líder do movimento, Luiz Gabriel Tiago.

Para se cadastrar, basta preencher os dados pessoais no link.

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