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Câmara de Niterói recebe obras de restauração

Estatuas também recebem reparos (Foto: Sergio Gomes/Câmara Municipal de Niterói)

A Câmara de Vereadores de Niterói vem recebendo uma série de melhorias em seu prédio histórico. Construído em 1917, o prédio passa por pintura da fachada, restauração de suas estátuas, instalação de um gerador de energia elétrica e retirada de todos os aparelhos de ar condicionado da parte externa, entre outras iniciativas. 

Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac) desde 1983, o prédio pertence à Assembleia Legislativa do Estado do Rio e abriga a Câmara desde a fusão do antigo Estado do Rio com a Guanabara, na década de 70. Presidente interino da Câmara de Niterói, o vereador Milton Cal (PP) lembra que a Casa vem passando por diversas obras nos últimos anos e que a pintura da fachada externa é, talvez, a que tenha mais visibilidade.

“O vereador Paulo Bagueira realizou uma série de melhorias nos últimos anos e estamos dando continuidade a esse cronograma de obras. Destaco a instalação de um novo gerador de energia em nossa casa de força, que foi recuperada e ampliada. Ele possibilitará uma economia significativa de energia, além de evitar apagões em casos de problemas com a rede convencional da concessionária que atende a cidade”, explica Cal.

Estátuas simbólicas

O restauro das esculturas que estão na sua fachada principal, de autoria do italiano Hugo Tadei, estão sendo realizadas pela Tecno Termo Restauro, especializada nesse tipo de trabalho. “Nessa fase do restauro estamos higienizando e retirando camadas de tintas utilizadas anteriormente. Esse trabalho é de fundamental importância para um restauro de qualidade, tendo em vista que vamos poder diagnosticar e ver todos os defeitos que a obra de arte possui”, explica os restauradores Luiz Fiorin e Laila Fiorin.

As duas figuras femininas na entrada principal do prédio representam a ordem e o progresso e os dois leões, um de costas para o outro, simbolizam o horizonte e o percurso do sol, representando o ontem e o amanhã. As obras deverão estar finalizadas no mês de março.

Outra melhoria que foi implementada foi a retirada dos aparelhos de ar condicionado das paredes externas do prédio, uma das exigências do Inepac. “Não há mais aparelhos pendurados na parte externa. Foram todos levados para um compartimento próprio no telhado do prédio, respeitando assim a exigência do órgão estadual, além de destacar a beleza da construção, que remete a um templo romano”, ressalta Cal.

Autonomia elétrica

Um gerador de energia, adquirido e instalado pela Câmara de Vereadores sob supervisão de técnicos da Enel, evita a paralisação dos trabalhos durante a interrupção do fornecimento de luz. O objetivo do novo equipamento é evitar os apagões frequentes nessa época do ano e reduzir o consumo de energia. Diariamente, às 17 horas, a subestação será desligada e toda a luz fornecida à Casa virá do gerador. Programado com automação total ele volta a funcionar no dia seguinte, às 7h da manhã.

“A interrupção dos trabalhos nas sessões plenárias e audiências públicas causam transtornos há muito tempo. Esperamos que o novo equipamento possa resolver o problema e, ao mesmo tempo, faremos com que nossa conta de luz seja reduzida consideravelmente”, conta o presidente Milton Cal.

História e tradição

No dia 11 de agosto de 1819, com a criação da Câmara de Vila Real da Praia Grande, a primeira reunião legislativa foi realizada onde hoje funciona o Hospital Santa Cruz, então casa de dona Elena Casemira. Nesse período, algumas reuniões chegaram a ser feitas na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Até 1822 os locais de reunião são incertos, com fortes indícios que tenham ocorrido, em sistema de rodízio, na residência dos três vereadores da época. Já em 1822 foi para um prédio no Jardim São João, onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Educação.

Em seus 200 anos de existência, a Câmara de Vereadores de Niterói, como os povos nômades do deserto, mudou de endereço por diversas vezes. Das casas de Elena Casemira, Felipe Correia e Joana Helena Teodora da Cunha ao Palacete de José Maria Pinto Peixoto. Passando pelo Jardim São João, pelas ruas da Praia, Saldanha Marinho, Visconde de Itaboraí, e Conceição, com possível passagem pela Praça Martim Afonso de Souza até o endereço atual, foi um longo caminho.

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