Cidades

Câmara discute sífilis em Niterói

Audiência pública foi presidida pelo vereador Renatinho do Psol. Foto: Divulgação - ASCOM Renatinho do Psol

As Comissões de Saúde e Direitos Humanos da Câmara de Niterói, pesquisadores da UFF e representantes da Secretaria Municipal de Saúde formarão um Grupo de Trabalho para revisar os casos de sífilis congênita registrados no município em 2018 e 2019.

Esta foi a principal decisão como resultado da audiência pública realizada nesta terça-feira (13) no Legislativo Municipal pela bancada do PSOL, formada pelos vereadores Renatinho e Paulo Eduardo Gomes, para debater a grande incidência da doença nos últimos 10 anos na cidade.

"Como Niterói chegou a registrar 23 casos de sífilis congênita para 1 mil nascidos em 2016, ou seja, o dobro da média nacional, temos a constatação de um grave problema em nossa cidade. Por isso, a importância de analisar os casos e identificar as causas para reverter o quadro", disse o presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Criança e Adolescente da Câmara, vereador Renatinho do PSOL.

Ainda segundo Renatinho, ainda será elaborado um Projeto de Lei (PL) para fixar cartazes nas unidades públicas e privadas informando sobre os riscos e tratamento de todas as formas de sífilis (adquirida, em gestante e congênita).

O professor e coordenador do Serviço de DST/UFF, Mauro Romero Leal, reforçou a importância da formação do Grupo de Trabalho.

"A ideia é colaborar, buscar uma ação participativa para eliminar a sífilis congênita até 2021 em Niterói. Para isso, precisamos fazer um mutirão para ler os prontuários e entender o que está acontecendo", disse o médico que encaminhou uma representação ao Ministério Público sobre o aumento dos casos da doença na cidade, que eram 4,3 para cada 1 mil nascidos em 2007 e 23, em 2016.

A secretária municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcellos e a coordenadora de Vigilância em Saúde (Covig), Ana Lúcia Fontes reconheceram que é preciso reduzir a incidência da doença na cidade mas alegaram limitações de atuação, como a dificuldade de tratar os homens devido ao machismo para evitar o contágio nas mulheres.

A secretária e a coordenadora da Covig alegaram também que a violência doméstica e a violência urbana em geral seriam outros entraves para o trabalho da saúde pública municipal.

"Para além do cumprimento dos protocolos, estamos trabalhando para erradicar a sífilis no município. É possível", revelou Ana Lúcia Fontes.

Participaram ainda da audiência pública, representantes do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), da Associação Médica Fluminense (AMF), da OAB Niterói, além de mais de 60 pessoas, entre profissionais de saúde, líderes comunitários, entre outros.

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