Cidades

Domingo da pesca solidária em Maricá

Os pescadores de Maricá acordaram cedo neste domingo (27) ensolarado e foram disputar uma partida pra lá de diferente. Durante toda a manhã, acontece na Praia dos Cordeirinhos a 3ª Gincana Fest, evento organizado pelo grupo “Os Caça Pampos” e que conta com parceria da Prefeitura local, além da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca.

Praia cheia de pescadores na manhã deste domingo. Foto: Wallace Rosa

Poucas horas após o raiar do dia, dezenas de famílias puderam ser vistas à beira-mar. A areia da praia foi coberta por cerca de 170 amantes da pescaria, acompanhados de seus principais instrumentos de trabalho: a vara de pesca e o balde na dispensa. No meio da multidão, podiam ser encontrados participantes sendo dos mais experientes até aos mais novos.

Os participantes seguiam animados em busca da melhor do melhor peixe. Foto: Wallace Rosa

Durante o evento que costuma atrair curiosos da região, são distribuídas diversas premiações aos 10 pescadores que mais se destacam. Além disso, aquele que pegar o maior peixe também é contemplado. Dessa forma, a competição se torna ainda mais intensa e animada.

O responsável por pesar os peixes e conferir a quantidade é o Eduardo Gonçalves dos Santos, de 59 anos, integrante do Gaivota Clube de Pesca. Ele explica que existem algumas modalidades, até se chegar ao resultado dos campeões inclusos na lista dos 10 melhores.

“Cada peixe vale dois pontos. Cada 100g ou fração vale um ponto. Com o somatório, teremos as colocações. Sobre o maior peixe, aquele que pesar mais, ganha. Mas o nosso objetivo é pegar peixe em grande quantidade, porém, dentro dos seus limites”, explica.

De acordo com o administrador do Grupo “Os Caça Pampos” Alexandre Oliveira, de 42 anos, os prêmios variam entre troféus, molinetes, maletas, varas e kits de pesca.

Existem regras durante o concurso. Conforme o também gestor da equipe que nasceu em 2015, Anderson de Souza, de 36 anos, a preservação dos peixes menores, como carapicu e faqueco, por exemplo, é respeitada.

“Seguimos totalmente a tabela do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Peixes menores, que possuem comprimentos abaixo dos 20 centímetros, soltamos novamente no mar”, destacou.

Cerca de 130 pescadores presentes são artesanais. O foco dos caiçaras é de pescar pampas, corvinas e marimbás - que são peixes maiores e que estão dentro do padrão autorizado pelo Ibama.

Aquele pequeno grupo que se iniciou há 4 anos, na Praia de Cordeirinho, conta atualmente com 300 colaboradores, sendo eles dos mais variados coletivos.

O nome pampo, é sugestivo: faz referência à espécie de um peixe que não tem muita escama, assim também como espinha - tornando-se o mais requisitado pelos pescadores da região.

Segundo o pescador e construtor Adenilson Diniz Araújo, de 53 anos, morador de Itaipuaçu há mais de 15 anos - e conhecido por apanhar muitos peixes, a paixão pela pesca é antiga. Feliz da vida, ele diz que o prazer pela pesca passou dele para a filha.

Mariana acompanha o pai desde pequena nas pescarias. Foto: Wallace Rosa

“A pescaria pra mim funciona como um escape para o estresse da rotina cotidiana. A minha filha me acompanha desde criança. É um momento único, onde na minha cabeça não existe problema, preocupação. Pescaria pra mim é terapia, qualidade de vida”, ressaltou.

A história do pescador foi confirmada pela sua filha, a analista de marketing Mariana Araújo, de 25 anos.

“Assim como o meu pai fazia com o meu avô, eu também faço desde criança com ele. Amo pescar e é sempre muito bom quando estamos juntos fazendo o que ele mais gosta”, finalizou.

Além de promover diversão e elevar a pesca amadora na cidade de Maricá, a programação tem como uma de suas características principais, beneficiar outras vidas. O evento acontece em intervalos de dois meses.

“Distribuímos os peixes pela região. Aqui, por exemplo, costumamos levar as doações aos mais necessitados no entorno da Baixada Mineira, Areal e Limão. Tudo é relatado em nossa página na internet, para que as pessoas possam comprovar que a pesca funciona”, explicou empolgado o administrador do “Os Caça Pampo” Alexandre Oliveira.

Para o festival, é feito um regulamento. Cada integrante da dupla, realiza um investimento de R$ 35, chegando ao total de R$ 70. A quantia é revertida no almoço regado a peixes, churrasco, além dos prêmios.

Ao longo da programação, não falta show de música ao vivo e muita animação. Para guardar na lembrança, cada participante do evento leva uma blusa para casa ao final do festival.

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