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Fila quilométrica no Centro de Niterói

“Tá dando doce aí, é?”, pergunta um ciclista que passava pela Praça do Comerciário na manhã desta quarta-feira (13) ao se impressionar com a quantidade de pessoas em uma fila que dava voltas no quarteirão.

A fila quilométrica era formada por profissionais do Sindicato dos Empregados do Comércio de Niterói que para conseguirem a isenção do pagamento da taxa de contribuição assistencial - que por lei é opcional, de acordo com o artigo 513, alínea “e” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – tiveram que perder longas horas do dia debaixo do sol forte para pegarem o formulário da isenção, preenchê-lo e depois enfrentarem mais uma vez outra fila para a entrega do documento.

A vendedora Tamy Monteiro, de 29 anos, disse estar na fila desde 7h30 da manhã e que ficar ali debaixo do sol forte, sem uma assistência, uma orientação adequada, era um constrangimento e uma pouca vergonha. “Ainda gastamos dinheiro aqui, porque tive que comprar garrafa d’água e tirar xerox do formulário. Só depois fui informada por colegas que a xerox não vale, que tenho que ficar nessa fila absurda só para pegar o papel carimbado e depois enfrentar a fila novamente para entregá-lo preenchido”, desabafa a vendedora.

Outro empregado indignado com o tamanho da fila e a falta de informação do SEC era o auxiliar administrativo Henrique Fonseca, de 39 anos, que afirmou estar no local desde 7h da manhã. Ele ainda contou que muitos colegas ao verem o tamanho da fila desistiram de esperar. “Hoje está muito quente, o sol está forte demais, e não explicaram nada direito para gente, até que horas é feito o atendimento, nem até quando podemos entregar o formulário”, conta Henrique.

Márcio de Oliveira, auxiliar de frente de loja, de 48 anos, estava preenchendo o formulário original quando conversou com nossa equipe e contou que chegou na praça às 6h40 da manhã e que somente às 11h45 conseguiu pegar o formulário no sindicato. “Agora tenho que enfrentar a fila de novo, fazer o quê?!”, comenta o auxiliar.

Segundo o comerciante de Niterói, Anderson Silva, o atendimento estava sendo realizado desde segunda-feira, das 8h até às 17h, e ontem (12/09), ele ficou na fila das 15h20 até às 19h15. "Só tinham duas pessoas atendendo e com muito mau humor. Não sou só eu que está inconformado, é uma indignação geral", expressa o comerciante.

Nossa equipe não conseguiu contato com o Sindicato dos Empregados no Comércio de Niterói e São Gonçalo (SEC). O site estava desatualizado desde 2013 e os telefones informados não recebiam chamadas.

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