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Hotéis do Rio pedem mais investimento em turismo

Hotéis pedem por mais investimento em turismo. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A maratona de grandes eventos sediados pelo Rio de Janeiro entre 2012 e 2016 fez com que o número de quartos nos hotéis da cidade saltasse de 30 mil para 60 mil. Com o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, entretanto, a rede hoteleira carioca passou a enfrentar dificuldades para manter todos esses quartos ocupados. Quase três anos depois, já chega a 14 o número de hotéis fechados na capital fluminense.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro (ABIH-RJ), o pior já passou, e o momento atual é de retomada, após um réveillon "excepcional", e um carnaval com 88% de taxa de ocupação - um crescimento de dois pontos percentuais em comparação ao ano passado.

O presidente da associação, Alfredo Lopes disse que as experiências de Barcelona e Londres já demonstravam que, após um grande evento como a Olimpíada, a taxa de ocupação cai pelo crescimento da oferta de quartos. A solução para lidar com esse movimento também já havia sido apontada pelos britânicos: investir pesadamente em promoção do turismo. Para Lopes, faltou essa iniciativa no caso do Rio de Janeiro.

"Há 30 anos, o Brasil derrapa em 6 milhões de turistas (por ano) por falta de investimento no turismo", disse. Segundo ele, faltaram campanhas de promoção da cidade no exterior após a Olimpíada. "O governo, mesmo tendo investido esses bilhões [na preparação dos jogos], não botou um centavo em campanhas depois".

Para Alfredo Lopes, notícias negativas sobre a violência e as sucessivas crises no país poderiam ter sido contornadas com esse investimento. "Notícia negativa acontece em qualquer lugar do mundo. Para você colocar coisas boas [na mídia], tem que pagar. É assim que funciona. Como não pagamos e não botamos campanha, só as coisas ruins chegam lá fora", afirmou. Ele citou, como exemplo, cidades como Nova York, Londres e Paris, que investem em campanhas para melhorar imagem. "Em Nova York, Paris, Londres, quando acontece atentado, derruba [o turismo], mas depois o turista volta, porque eles têm campanhas recorrentemente".

A ausência de promoção turística por parte do governo levou hotéis, shoppings, promoters e outros membros da iniciativa privada a investirem juntos na divulgação do calendário de eventos do Rio em 2019. Serão cerca de R$ 40 milhões investidos na promoção de acontecimentos já consagrados como o Rock in Rio (outubro), a Bienal do Livro (agosto) e o Réveillon (dezembro/janeiro) e também outros que são novidades, como o festival Villamix (novembro) e a Final da Copa América (julho).

"Estou otimista porque a iniciativa privada chegou à conclusão de que não adianta esperar o governo", disse Lopes.

Agência Brasil

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