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Memorial do Holocausto é inaugurado no Rio

Inauguração do Memorial às Vítimas do Holocausto foi debaixo de chuva. Foto: Rafael Campos/Governo RJ

O Monumento em Memória às Vítimas do Holocausto foi inaugurado, na manhã deste domingo (13), no Parque Yitzhak Rabin, no Morro do Pasmado, em Botafogo. O espaço, que homenageia os 6 milhões de judeus assassinados na Segunda Guerra Mundial e todas as outras vítimas do regime nazista, terá uma exposição de longa duração e exposições temporárias, que serão abertas no ano que vem.

O idealizador do Memorial foi o então vereador Gerson Bergher, já falecido, e que foi homenageado durante o evento. O governador em exercício, Cláudio Castro, participou do evento.

"A inauguração deste monumento passa uma importante mensagem de respeito, amor, e tolerância, que é fundamental para a sociedade atual. Este discurso de polarização que é visto no mundo inteiro, principalmente na internet, gera ódio. E a história mostra onde isto pode chegar. Temos que recuperar a capacidade do diálogo", afirmou Cláudio Castro, antes de destacar que o espaço vai receber estudantes da rede pública para aulas de História.

A celebração foi iniciada com uma oração realizada pelo rabino Sergio Margules e respeitou um minuto de silêncio em memória ao banqueiro recém-falecido Joseph Safra, um dos patronos do memorial, assim como o presidente da Multiplan, José Isaac Peres, que esteve presente e discursou, e o presidente da Cyrela, Elie Horn, que participou através de videoconferência. O monumento é uma parceria entre a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro com a iniciativa privada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, participou da cerimônia e destacou a Constituição Brasileira, que garante a todos o direito à vida.

"O maior perigo da humanidade é a indiferença. Não lembrar do holocausto é matar todas as pessoas novamente", afirmou Fux.

O secretário especial de comunicação da presidência, Fábio Wajngarten, representou o presidente Jair Bolsonaro no evento, que contou com a participação do embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.

"Fiz questão de trazer a minha filha, pois não podemos esquecer das atrocidades da Alemanha nazista - afirmou Wajngarten, na mesma linha do embaixador. - O tempo passa e muitos podem esquecer o que foi o holocausto", disse Shelley.

O presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto, Alberto Klein, ressaltou: "O memorial não é só para o povo judeu, e sim para toda a sociedade".

O prefeito Marcelo Crivella finalizou o evento.

"Aqui se construirá no coração de cada visitante um sentimento de repúdio à violência e à covardia e também um altar para celebrar a vitória sobre o holocausto, o triunfo dos homens livres", declarou Crivella.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enviou um vídeo especialmente para a celebração de inauguração, que também contou com a presença do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Joel Ilan Paciornik, e do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Memorial

O projeto foi escolhido em 1998, por meio de um concurso público nacional promovido pela Prefeitura do Rio e o Instituto dos Arquitetos do Brasil. O idealizador do Memorial foi o então vereador Gerson Bergher, já falecido. O projeto vencedor - para

construção do monumento de quase 20 metros de altura e da estrutura de 1.624 metros quadrados, dedicada à memória do holocausto, com área para exposições - foi o do arquiteto André Orioli, eleito por unanimidade pelo júri do concurso. O futuro museu (ainda a ser inaugurado) oferecerá programação educacional aos alunos das redes pública e privada.

O espaço também receberá exposições nacionais e internacionais com temas que dizem respeito à defesa dos direitos humanos, à tolerância e ao humanismo. Ele funcionará em cooperação com outras grandes instituições do gênero, como os memoriais de Jerusalém, Washington e a Casa Anne Frank, em Amsterdã.

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