Cidades

Número de afogamentos dispara em praias de Maricá

Segundo a Defesa Civil, imprudência ainda está entre os principais motivos para os afogamentos. Foto: Defesa Civil Municipal

Somente esse ano, 596 pessoas foram resgatadas vítimas de afogamentos em praias de Maricá por guarda-vidas da Defesa Civil Municipal, segundo levantamento que compreende de janeiro a maio desse ano. Em 2018, foram 851 casos, ou seja, 70% de resgates já foram prestados esse ano, considerando que o primeiro semestre ainda nem terminou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o afogamento é a segunda causa de mortes de crianças com até nove anos de idade no Brasil e algumas situações podem ser prevenidas.

Moradores afirmam que mesmo com a bandeira vermelha sinalizando o perigo, muitos banhistas se arriscam em entrar no mar. Foto: Ibici Silva

O Secretário de Proteção de Defesa Civil de Maricá, Dr. Luíz Carlos, alerta que a forma mais efetiva de atuação para evitar um número maior de afogamentos é a prevenção.

“Nossos guarda-vidas foram treinados para instruir a população quanto ao lugar seguro para o banho de mar. Desta forma, evitando que a população se colocasse em perigo devido a correnteza e outras peculiaridades das praias e lagoas de Maricá", ressaltou.

O Secretário informou ainda que devido ao aumento de visitantes e frequentadores das praias, a Defesa Civil está ampliando os projetos relacionados a prevenção ao ambiente aquático na orla de Maricá.

A moradora de Itaipuaçu, Mariana Pereira, contou que muitas vezes a bandeira está vermelha e as pessoas insistem em entrar no mar. Ela destacou que falta conscientização por parte dos frequentadores da praia.

"Eu já presenciei muitos afogamentos aqui justamente por falta de consciência dos banhistas. Eles insistem em entrar no mar mesmo com o aviso dos guarda-vidas e com a bandeira vermelha", destacou.

Tânia Lúcia, que trabalha em um dos quiosques na orla da Praia de Itaipuaçu, contou que na maioria das vezes, duas ou mais pessoas da mesma família, ou que estão juntos na praia, se afogam ao mesmo tempo.

"Acontece muito de estar com a bandeira vermelha e mesmo assim as pessoas entrarem. Um tenta salvar o outro e se os guarda-vidas não chegam, vai todo mundo se afogando", contou.

Educação

Segundo o coordenador operacional da Defesa Civil, Major Dias, a ampliação dos projetos relacionados a prevenção ao ambiente aquático tem mostrado resultados positivos para evitar afogamentos.

Projeto 'Onda Certa' ensina adolescentes sobre situações de emergências nas praias. Foto/Divulgação: Defesa Civil de Maricá.

"Os Guarda-vidas realizaram 10.446 prevenções e 361 salvamentos durante o período de carnaval, com maior incidência nas praias de Ponta Negra (Vilar da Praia), Barra de Maricá e Itaipuaçu. Esses projetos para educar o banhista é fundamental para as prevenções", ressaltou o Major.

Projetos

Surf Salva - Leva aos praticantes e atletas de Surf, SUP e Bodyboard conhecimentos de resgate em ambiente marítimo com a utilização de suas respectivas pranchas. Também acontece ensinamentos de primeiros socorros ao afogado e a importância do trabalho em equipe para o salvamento marítimo, além da questão da preservação ambiental.

Onda Certa -Capacita jovens estudantes para o enfrentamento de situações de emergência, provocando ainda mudanças comportamentais nas áreas ambiental, social e de proteção e defesa civil. São oferecidas 45 vagas a partir dos 16 anos de idade para praticantes e atletas de Surf, SUP e Bodyboard em cada edição.

Kim nas Escolas -Ensina a crianças de 5 a 12 anos de idade as diferentes formas de como se relacionar com a água de forma mais segura, evitando o afogamento, e ainda leva essa mensagem aos pais e responsáveis pelas crianças em seu domicílio.

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