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O adeus a 'Valdir Papel', vítima da chacina em SG

Homenagens ao sambista na despedida. Foto: Wallace Rosa

Sob fortes aplausos e o samba ‘Bota pra ferver, Porto da Pedra!’, o corpo do Valdir Pinto de Oliveira, de 60 anos, morto na chacina que ocorreu em um bar no bairro Porto Velho, em São Gonçalo, foi sepultado às 16h da tarde desta terça-feira (28), no Cemitério Municipal, no bairro Camarão. Pelo menos 200 pessoas, entre familiares e amigos, acompanharam a cortejo em clima de dor, comoção e abalo pelo ocorrido.

Compareceram no velório dirigentes da escola de samba Unidos do Porto da Pedra, agremiação da qual Valmir fazia parte por longos anos. Lá ele atuava como compositor. No decorrer do cortejo, um dos membros rufava um tambor, como forma de homenagem.

Também compareceram integrantes de diversas alas. Todos estavam com camisas que faziam alusão ao que Valmir mais amava: o tigre que representa a agremiação de São Gonçalo, a cerveja e o famoso ‘Caramba!’ que ele costumava falar.

A filha de Valdir, a advogada Paola Vasconcellos Oliveira, de 28 anos, estava muito emocionada ao se despedir do pai. Abalada, ela não quis comentar o caso.

“Ele era muito querido e alegre. Vai fazer muita falta em tudo”, lamentou o presidente da categoria dos compositores, Fernando Macaca.

Maria de Fátima, que convivia com ele na Porto da Pedra, disse que uma de suas marcas era a fácil comunicação.

“Ele era uma pessoa extremamente maravilhosa. Vai fazer muita falta! Olha como isso aqui está completamente cheio: é a representação do quanto ele era querido. Onde ele estava era sinônimo de alegria. Ele gostava muito de dançar e brincar. Não tinha tempo ruim. Quando ele chegava o ambiente mudava. Além do mais, ele estava muito feliz com o netinho”, disse.

“Alegre, extravagante e do bem. Defino o Valdir dessa forma. Onde ele estava sempre reinava alegria. Um cara super respeitador, se dava bem com todos da escola. Vai fazer muita falta”, declarou Miguelzinho Sobrinho, diretor social da escola.

Em nota, o presidente da agremiação, Fábio Montibelo, também lamentou o assassinato de Valdir, conhecido como ‘Valdir Papel’.

“Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares ratificamos nossos votos de pesar pela perda de um de nossos poetas”, declarou.

Desde o crime ocorrido na noite de domingo, pela internet foram dezenas de homenagens para Valmir, através das redes sociais - visto que para os seus amigos, ele era considerado como a personificação da alegria.

“Quem tanto nos fez rir, hoje nos faz chorar. Que Deus conforte e acalente o coração de todos nós amigos e familiares”, disse o Marcos Costa em uma publicação.

“Vidas ceifadas! Calaram um versador! O povo chora, seus filhos choram, a saudade transborda nas faces calejadas de seus irmãos”, lamentou Yara Mathias.

Janete

Mais cedo, por volta das 14h30, também foi enterrado o corpo da comerciante Janete Santos, de 48 anos no mesmo cemitério. O marido dela, Porsidomínio Ribeiro, que também foi baleado no atentado criminoso do último domingo (26), recebeu alta médica pela manhã. Ele estava internado no Pronto Socorro Central.

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