Gabriel Magalhães

Sinais de recuperação no mercado financeiro

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Mercado financeiro ensaia recuperação. Foto: Divulgação

Chegamos ao meio do mês de setembro com algumas dúvidas e outras certezas. A percepção que tenho em relação ao Covid-19 hoje ao analisar o mercado financeiro e o dia a dia é que apesar do número de infectados seguir crescente, o número de recuperados cresce em igual ou maior proporção, além dos avanços de medicina e uma vacina aparentemente cada vez mais próxima, trouxe boa parte dos ativos a preços próximos aos patamares pré-pandemia.

A expectativa para uma vacina sem dúvidas trará o mercado a patamares ainda maiores, porem hoje não é esse o principal motivo da volatilidade, existem alguns fatos macroeconômicos que tem feito preço, tanto no cenário internacional como no Brasil.

Na Zona do Euro, China e EUA, os PMIs (Índice de Atividade dos Gerentes de Compras Industrial) seguem em uma direção de continuidade de recuperação e a atividade global continua se recuperando, impulsionada principalmente pelos setores industriais e varejo.

As tensões sociais e políticas nos EUA e conflitos com a China, trazem um pouco de insegurança para o investidor, além do questionamento de quem será o próximo presidente americano, lembrando que em novembro teremos as eleições presidenciais e o mercado já analisa todos os candidatos. O Fed, Banco central americano se reúne para decidir sobre os estímulos a economia.

A produção industrial chinesa apresentou com crescimento de 5,6% em agosto ante o mesmo período do ano passado, patamar acima dos 5,2% de alta que os economistas previam, refletindo que o país continua crescendo acima do esperado, mesmo com os efeitos do coronavírus.

Nacional

No Brasil, o mercado segue observando o ambiente político entre o governo, congresso e judiciário, com algumas reformas na agenda, como a tributária e a administrativa, além da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central para decidir se mantém ou não a taxa SELIC em 2% a.a. A expectativa é a de que ela se mantenha estável, sem alteração.

O IBGE divulgou o resultado do PIB no segundo trimestre, com um recuo de 9,7% em comparação ao primeiro trimestre de 2020, já a produção industrial cresceu 8%, bem acima da mediana das expectativas de mercado (5,9%), demonstrando uma recuperação depois da forte queda de março e abril.

O Ibovespa, do início do mês até o fechamento deste dia 15, operou entre os 102k e 98k pontos, com bastante volatilidade, mas sem muita direção, já o dólar seguiu uma tendência mais definida e acumula desvalorização de quase 3% no período. Alguns setores tiveram um maior destaque como as companhias aéreas (AZUL4, GOLL4) onde acumulam altas de quase 20% e no setor de commodities, que também tiveram altas relevantes.

Para as próximas semanas, a perspectiva é de que os dados econômicos globais sigam surpreendendo positivamente, onde a recuperação mostre um viés altista e perene e o avanço na elaboração da vacina deixe os investidores com maior apetite ao risco, porem existem riscos que devem ser levado em consideração como a retomada da Guerra Comercial, eleições nos EUA e um possível atraso no andamento da agenda de reformas no Brasil, assim como uma nova onda de contaminação e ineficiência no avanço da vacina.

Gabriel Magalhães é formado em Administração pela IBMEC e especializações em Negócios no Brasil e no Exterior, ele fala das tendências no mercado financeiro e os altos e baixos da economia.

Gabriel Magalhães | Economia e Mercados

Formado em Administração pela IBMEC e especializações em Negócios no Brasil e no Exterior, Masters em engenharia econômica pela UFF. Fala das tendências no mercado financeiro e os altos e baixos da economia.

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