O Cinema Público Municipal Henfil estreia a programação 2023 em um evento para convidados nesta quinta (4). O espaço, pioneiro no Brasil, é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Maricá administrada pelo CECIP (Centro de Criação de Imagem Popular), instituição criada em 1986 por Claudius Ceccon, Paulo Freire, Ana Maria Machado, Eduardo Coutinho e mais alguns nomes expressivos da cultura brasileira.
Na estreia, serão homenageados Silvio Tendler, cineasta premiado, diretor das obras “Os Anos JK - Uma Trajetória Política”, “Jango”, “Utopia e Barbárie”, “O Veneno Está na Mesa”, “Dedo na Ferida” e “Saúde tem Cura” entre tantas outras, e a renomada realizadora Susanna Lira, diretora de “Clara Estrela”, “Mussum - Um filme do Cassildes”, “Torre das Donzelas”, da série “Jessie & Colombo” e de “Nada sobre meu Pai”.
Silvio e Susanna estarão presentes na cerimônia, reunidos a outros artistas e autoridades convidados. O evento terá início às 17h30 no Cine Henfil, situado na Rua Alferes Gomes, 390, Centro, Maricá.
"O Cine Henfil é um marco histórico de resgate dos cinemas de logradouros públicos, é um instrumento de políticas democráticas da nossa gestão. A programação se preocupa com a reflexão, formação e inclusão social. Pensamos a cidade inteligente, através das artes , sustentável, afetiva, solidária , cooperativa e sobretudo humanística", conta Sady Bianchin, secretário de Cultura de Maricá.
Sessões
O funcionamento do Cine Henfil será de terça a quinta, com sessões voltadas para projeto Cine Escola, com programação temática a ser trabalhada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, dentre outras.
De sexta a domingo, haverá filmes para o público em geral, com sessões temáticas, lançamentos e encontros com os realizadores às 15h, 17h e 19h.
Programação
A programação do Cine Henfil está voltada para a diversidade e pluralidade cultural, com o objetivo de proporcionar o contato de todos os públicos com produções cinematográficas de qualidade, contemplando a população maricaense com obras brasileiras e estrangeiras, históricas e filmes de ficção e documentários, em exibição simultânea ou recente nos circuitos. Os espaços para os realizadores locais estão previstos.
Doc de estreia
O documentário “Dedo na Ferida” do cineasta Silvio Tendler, do ano de 2017, ganhou o prêmio no Festival do Rio do mesmo ano como melhor Documentário pelo Júri Popular. Ele é uma produção da Caliban Produções Cinematográficas, empresa multimídia, produtora e distribuidora de cinema e vídeo, especializada em filmes históricos de cunho social.
Criada em 1981, já produziu cerca de 80 trabalhos, entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental e vídeos, além de séries para a televisão e filmes com fins culturais e institucionais.
“Dedo na Ferida" é um documentário de 91 minutos, e destaca, em sua sinopse, que, em tempos sombrios, quando o mundo se depara com a perda progressiva de direitos sociais e com o ressurgimento de movimentos de extrema-direita, e se firma como um filme incomodamente atual.
O documentário trata do fim do estado de bem-estar social em uma conjuntura em que a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Em nome dos interesses do grande capital internacional, um pequeno grupo comanda o destino dos recursos do planeta.
Quebras de bolsas de valores, estouro de bolhas especulativas e a bancarrota de países que levam famílias para a linha da miséria viram oportunidade para aumento do capital, poder e influência.
O sistema financeiro, que deveria levar recursos dos setores superavitários para os deficitários interessados em investir em produção, abandonou o papel de "atravessador” e se assumiu como fim principal das transações econômicas. O filme discute o retrocesso ideológico a posições neoconservadoras, pautado pelo empobrecimento da classe média, a falência dos Estados e o desemprego.
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