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Entenda o poder do Whatsapp de manipular eleitores

Whatsapp é o aplicativo de mensagens mais utilizado no Brasil. Dos 120 milhões de usuários no país, 48% adotam a plataforma como fonte de notícias, segundo levantamento do Instituto Reuters para Estudo de Jornalismo. O aplicativo, no entanto, é frequentemente utilizado para a divulgação de fake news, que podem influenciar os rumos das eleições de outubro, alertam especialistas.

O Whatsapp tem um enorme potencial para a manipulação de eleitores. Ele facilita a interação dentro de círculos fechados, onde a criptografia permite discutir tópicos sensíveis. Isso torna o aplicativo suscetível a ser usado para espalhar desinformação e influenciar o comportamento dos eleitores", explica Vidya Narayanan, diretora de pesquisa do Projeto de Propaganda Computacional da Universidade de Oxford, grupo que investiga como algoritmos e automação são utilizados nas redes sociais para manipular a população.

Com 1,5 bilhão de usuários no mundo, o aplicativo acumula casos de atividade maliciosa. Na Índia, maior mercado do Whatsapp, em julho oito pessoas foram mortas em decorrência de rumores sobre "sequestradores de crianças" em grupos de conversa.

Para conter a propagação de notícias falsas, a empresa limitou a distribuição simultânea de conteúdo para apenas cinco grupos e removeu o botão de compartilhamento rápido na Índia. Um limite semelhante foi implementado para usuários em outros países. Além disso, o aplicativo passou a marcar claramente mensagens encaminhadas.



Desinformação em forma de notícia

Um aspecto relevante do Whatsapp é que adicionar alguém a diversos grupos automaticamente o/a expõe a dezenas de mensagens diárias, que chegam diretamente ao seu celular. Ou seja, isso pode tornar candidatos quase onipresentes, em vez da exposição tradicional em horário eleitoral definido e limitado.

Outro problema é que muitos usuários do aplicativo não são familiarizados com tecnologia, logo possuem dificuldades em checar informações na internet.

O Digital News Report 2018, do Instituto Reuters para Estudo de Jornalismo, aponta que 61% dos brasileiros compartilham notícias em redes sociais ou por e-mail. Um cenário no qual atores maliciosos podem espalhar desinformação disfarçada de notícia no Whatsapp para fins eleitorais.

"Existe essa possibilidade. A disseminação de qualquer tipo de informação no Whatsapp pode ser mais rápida do que conversas cara a cara", explica Antonis Kalogeropoulos, coautor do relatório.

Apesar de dificultar o combate às notícias falsas, a criptografia é crucial para manter a segurança de usuários em países repressivos. Então, como lidar com o problema? "Com educação ao usuário e ferramentas que facilitem a checagem de notícias compartilhadas", sugere Samantha Bradshaw, pesquisadora do Projeto de Propaganda Computacional.

Fonte: terra.com.br

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