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Mortal Kombat – Um novo filme clichê de sessão da tarde

Imagem ilustrativa da imagem Mortal Kombat – Um novo filme clichê de sessão da tarde
Longa é a terceira obra lançada sobre o game da franquia. Arte: Divulgação

Depois de 24 anos, Mortal Kombat deixa mais uma vez os consoles e aparece nos cinemas com mais uma adaptação, dessa vez prometendo ser a mais violenta já feita. Mas será que isso basta para honrar o legado que a franquia tem no mundo dos games e estabelecer sua presença cinematográfica?

Quando recebi pela primeira vez a notícia que Mortal Kombat ganharia mais um filme, além dos clássicos Mortal Kombat (1995) e Mortal Kombat 2: A Aniquilação (1997), confesso que fiquei muito feliz e um tanto preocupado, pois Hollywood nunca se deu muito bem com adaptações de jogos para o cinema, sempre caindo em filmes de ação genéricos que não tinham nada a ver com a história original contada nos jogos, como podemos ver em Resident Evil, Assassin’s Creed e Warcraft. Mas uma parte de mim também queria muito ver os personagens que eu sempre gostei desde que joguei Mortal Kombat 3 Ultimate lá no meu Super Nintendo nos inícios dos anos 90.

O filme começa nos apresentando um personagem completamente inédito no universo do Mortal Kombat, Cole Young, que possui uma marca de dragão que o destina a participar do torneio mais violento de todos. Junto com figuras já conhecidas, como Sônia Blade e Jax, o novato deve treinar e se mostrar preparado para ganhar a competição e salvar a Terra de ser invadida e escravizada pelo cruel Shang Tsung.

A obra de duas horas tropeça no roteiro fraco e simplista. Foto: Divulgação

De início, a adição de um personagem que nunca existiu nos games pode fazer a maioria dos fãs torcer o nariz e já não querer assistir a nova adaptação, mas isso não foi o que mais me incomodou, já que esse artifício poderia funcionar bem, uma vez que você coloca alguém totalmente inédito para criar um mistério de quem ele verdadeiramente é e transportar o espectador para sua pele, como um observador daquele universo completamente novo, ensinando ao novato, e consequentemente a quem está assistindo, como funciona tudo ali.

Os maiores problemas do filme, sem dúvida estão no roteiro, na história que está sendo contada e na forma como isso aconteceu. Eu não esperava fidelidade ao jogo original, já que isso nunca foi um elemento marcante em adaptações de games, mas queria uma história bem contada. A obra de duas horas tropeça no roteiro fraco e simplista, entregando uma história que a gente já viu em filmes televisivos da Disney e na falta de desenvolvimento dos personagens, em que você simplesmente não conhece eles e, por conta disso, sequer lamenta suas (violentas) mortes. Além de buracos enormes no roteiro que parecem que o filme foi picotado ou que a gente perdeu alguma informação durante uma piscada e outra.

O filme também entrega muitas referências dos jogos, que deixarão os olhos dos fãs brilhando e uma caracterização exemplar. Foto: Divulgação

Mas, a obra não é de todo mal. Mortal Kombat (2021) tem ótimas e sangrentas cenas de ação, como a sua sequência inicial de lutas que mostra a origem de Scorpion e Sub-zero, que são extremamente bem feitas e de tirar o fôlego. Além disso, o filme também entrega muitas referências dos jogos, que deixarão os olhos dos fãs brilhando e uma caracterização exemplar, que poderiam muito bem estar nos jogos também.

No final das contas, apesar dos pesares, Mortal Kombat consegue divertir em suas duas horas, mas apenas isso. Sem um plot twist revelador, sem temáticas relevantes ou um conteúdo denso, sendo um clichê de Sessão da Tarde ultra violento, mas servindo de prólogo para mais filmes (apenas torçamos para que seja melhor que esse).

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