Polêmica

'Pobres não têm dinheiro', diz Fontenelle sobre carros populares

Apresentadora criticou programa do governo que facilita compras

Segundo Fontenelle, em países desenvolvidos o trânsito flui devido ao alto investimento em transporte público
Segundo Fontenelle, em países desenvolvidos o trânsito flui devido ao alto investimento em transporte público |  Foto: Reprodução
 

A atriz e apresentadora Antonia Fontenelle causou polêmica, nesta quinta-feira (15), durante participação ao vivo na Jovem Pan, ao dizer que não deveria ter carro popular, já que segundo ela, pobres não têm dinheiro e devem andar de ônibus.

Na ocasião, jornalistas comentavam o programa do governo Lula de incentivo à redução de preços dos carros populares.  

"Deveria investir em transporte público como os países desenvolvidos fazem. Carro popular, pra ficar arrebentando trânsito, ninguém vai pra frente e nem pra trás. Criem vergonha na cara de vocês. Melhorem o transporte público, pra todo mundo andar. Até eu andaria de transporte público. Todo mundo. Entendeu?!", disparou Antonia.

Segundo Fontenelle, em países desenvolvidos o trânsito flui devido ao alto investimento em transporte público.

"Nos países desenvolvidos ninguém fica andando de carro pra arrebentar com o trânsito não. Que carro popular que nada! As pessoas têm que ter dignidade! E ter carro popular não é ter dignidade não, gente. É pra ficar sofrendo no trânsito. Tem que pagar IPVA, seguro, prestação. E que pobre, pessoa que ganha um salário mínimo tem dinheiro pra isso?! Chega! O que tem dentro dessa cachaça de vocês?", questiona.

Pelos próximos quatro meses, segundo o Governo Federal, os compradores de carros poderão ter descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Também haverá um desconto de R$ 36,6 mil a R$ 99,4 mil para ônibus e caminhões.

No caso dos carros, de acordo com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, os descontos serão concedidos com base no cumprimento de três critérios: social (preço mais baixo), ambiental (carros que poluem menos) e densidade industrial (predominância de geração de empregos na indústria brasileira e uso de peças nacionais). Ao todo, 20 marcas foram incluídas no programa.

“O desconto mínimo será de 1,6%, o desconto máximo será de 11,6%. O menor desconto será de R$ 2 mil e o maior desconto até R$ 8 mil”, detalhou Alckmin.

Nos primeiros 15 dias após a publicação da medida provisória, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as vendas de carros com desconto serão exclusivas a pessoas físicas.

O prazo, no entanto, pode ser prorrogado por até 60 dias, caso a demanda seja maior. Após esse prazo, as pessoas jurídicas que comprarem carros também poderão beneficiar-se do programa.

No caso de ônibus e de caminhões, o desconto varia conforme o tamanho do veículo e será usado para a renovação da frota com mais de 20 anos. Micro-ônibus (vans) e pequenos caminhões receberão desconto de R$ 36,6 mil. Os ônibus de tamanho normal e grandes caminhões terão redução de R$ 99,4 mil. O grau de poluição do veículo também será considerado.

Para obter o desconto sobre o caminhão e o ônibus, o motorista precisa se desfazer do veículo licenciado com mais de 20 anos de fabricação e enviá-lo para reciclagem. O comprador precisará apresentar um documento para comprovar a destinação do veículo antigo para o desmonte.

O valor pago no caminhão ou ônibus velho estará incluído no desconto. Num exemplo, no caso de um caminhão de menor porte, que teria desconto de R$ 33,6 mil, a redução cai para R$ 18,6 mil se o veículo antigo tiver custado R$ 15 mil.

Segundo Alckmin, a inclusão dos ônibus e caminhões no programa foi um pedido da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Isso porque uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para a modernização de motores de caminhões e ônibus encareceu esses veículos em 15% em 2023.

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