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Viradouro eternizada em exposição no MAC

Imagem ilustrativa da imagem Viradouro eternizada em exposição no MAC
|  Foto: Operador
O casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira Rute Alves e Julinho ensaiando nas ruas de Niterói debaixo da chuva. Foto: Renata Xavier e Leandro Lucas

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) recebe, na próxima quinta-feira (21), uma exposição que celebra a resiliência do Carnaval, da cultura e da vida, por meio da história de superação da Unidos do Viradouro. Assim como a Fênix, a escola de samba renasceu e, em apenas três anos, saiu do grupo de acesso para ser campeã do Carnaval do Rio em 2020, o ano da pandemia.

A exposição é gratuita, com curadoria de Marcelo Velloso, Renata Xavier e Leandro Lucas. A visitação pode ser feita de 8h às 18h, até o dia 28 de fevereiro.

A exposição “Das Cinzas Voltar, Nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma Lavada”, ficará no pátio do MAC e trata-se de uma intervenção ao ar livre, a partir de uma grande estrutura circular, que representa o ciclo da vida e do Carnaval.

O projeto, idealizado pelos fotógrafos Renata Xavier e Leandro Lucas, não deixa passar em branco uma época tão simbólica para o povo fluminense e brasileiro: o Carnaval. As mais de 400 fotos presentes na mostra começaram a ser produzidas pela dupla de fotógrafos em 2017, quando a agremiação de Niterói, ainda no Grupo de Acesso, se preparava para o espetáculo de 2018. A Viradouro conquistou o título que garantiu o retorno ao Grupo Especial.

No ano seguinte, já na disputa com as principais escolas, com um desfile arrebatador, foi vice-campeã, feito inédito na história dos espetáculos na Marquês de Sapucaí, já que nunca uma agremiação havia conseguido esta colocação no retorno ao grupo de elite. O verso forte do samba para o enredo de 2019 que abordava a superação ‘Das cinzas voltar, nas cinzas vencer’ dá título à exposição.

No último Carnaval, mais uma quebra de paradigma: sendo a segunda escola a desfilar na noite de domingo, posição considerada ingrata no universo carnavalesco, a vermelho e branco saiu aclamada da pista e o favoritismo se confirmou na quarta-Feira de Cinzas, quando foi consagrada a grande campeã.

Fênix, ser mitológico, símbolo do renascimento e da esperança. Alegoria da Viradouro na sua volta ao grupo Especial em 2019. Desfile aclamado que rendeu o vice-campeonato à escola, que renasceu. Foto: Renata Xavier e Leandro Lucas

Na exposição, os visitantes vão poder viajar nas imagens dos preparativos do barracão, quadra, ensaios de rua e dos espetáculos apresentados pela Viradouro no Sambódromo – em seus marcantes últimos três desfiles – bem como conferir os registros da festa de comemoração do título, o segundo conquistado no chamado grupo de elite.

Diversos painéis com até sete metros de comprimento cada estarão dispostos em círculos, por onde o público poderá, literalmente, caminhar entre eles, descobrindo os bastidores dessa história de resistência e luta da Viradouro, além de acompanhar, através de uma contagem regressiva, como é feita a construção do Carnaval de uma grande escola de samba.

A escolha do MAC para o lançamento dessa exposição, segundo Renata e Leandro, se dá por inúmeros motivos: o fato de ser um local de interseção, um ponto de encontro cultural de Niterói. Pelo espaço, passa um público heterogêneo que inclui a população de alta e baixa renda da cidade, bem como turistas de todo o mundo devido à importância nacional e internacional que o museu possui, além da localização privilegiada com paisagem cinematográfica do Rio de Janeiro e a arquitetura circular em forma de obra de arte de Niemeyer. Estabelece-se aí um elo fundamental para a exposição: Niemeyer era apaixonado pelo samba e é o mesmo arquiteto que projetou o Sambódromo do Rio de Janeiro, palco maior do Carnaval no mundo.

“2020 foi um ano muito atípico. Logo após a vitória, o barracão da Viradouro foi atingido por um incêndio de grandes proporções que deixou em cinzas boa parte da sua infraestrutura. Uma pandemia global afetou todas as pessoas e países provocando muito sofrimento. O mundo do samba foi atingido em cheio por essa situação sem precedentes. Pela primeira vez desde que foram oficialmente criados, em 1932, não haverá desfiles em fevereiro. No meio dessas cinzas, buscar sobreviver, renascer. A esperança é o que move a Viradouro, o Carnaval e todos nós”, explica Renata.

Os registros fotográficos dos últimos anos da Viradouro não estarão disponíveis somente no MAC. O público terá ainda um acervo iconográfico com as milhares de imagens produzidas para esse projeto, que poderá ser acessado através de QR codes impressos na exposição para que os integrantes da escola, da comunidade e a população, possam procurar e compartilhar suas imagens nos desfiles, ensaios e em todos os eventos fotografados por Renata Xavier e Leandro Lucas.

O virtual e o real poderão interagir através das mídias sociais, hashtags, instagram, e site

Os Autores Renata Xavier e Leandro Lucas

Renata é fotojornalista, nascida em Niterói, cursou Cinema e Publicidade na UFF. É uma das mais premiadas fotógrafas brasileiras da atualidade, com diversos prêmios nacionais e internacionais, palestrante em congressos e universidades, e influencer da multinacional japonesa Nikon para a América Latina e partner da européia DreambooksPro.

Leandro nasceu na capital fluminense e há anos mora em Niterói. Estudou engenharia civil na UERJ e fotografa há 20 anos. Palestrou em congressos de fotografia e suas imagens foram premiadas no Brasil e no exterior. Algumas imagens da Viradouro incluídas na exposição foram premiadas pelo Prix de la Photographie Paris.

Os dois são um casal há 27 anos e, juntos, fotografam pequenos e grandes eventos pelo Brasil e pelo mundo.

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