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De Niterói para o mundo: o prodígio Ravi chama atenção no tatame

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|  Foto: Foto: Arquivo Pessoal
Ravi, o "Cavalo Doido", coleciona medalhas aos sete anos. Foto: Arquivo Pessoal

Foco, disciplina, respeito e títulos. Essa é a rotina de esportistas consagrados com longas jornadas nas artes marciais. No entanto, com apenas sete anos, o pequeno Ravi Belo Ferreira, surpreende com um talento arrebatador e determinação de campeão. Cria de Santa Rosa, em Niterói, o guerreiro já empilha conquistas no tatame e sonha alto para o futuro.

Atualmente morando no bairro da Trindade, em São Gonçalo, Ravi precisou adaptar a rotina de treinos aos estudos devido à pandemia - mas não perdeu o foco em seu objetivo. Lutador de jiu-jitsu, muay thai, judô e nogi, o "Cavalo Doido", como é apelidado, também é disciplinado nos estudos e nos valores sociais trazidos pelo esporte.

Logo aos três anos, Ravi foi inserido no mundo dos esportes e começou a treinar futebol, natação e artes marciais. Não demorou muito para se descobrir nos tatames. O pai, Marcos Vinícius de Oliveira, de 31 anos, e a mãe, Raiza Augusto Belo, de 27, afirmam: foi amor à primeira vista. Hoje, ele integra a equipe Icon Jiu-Jitsu, treinado pelo mestre Michel Kmiec, e participa do projeto Vencedores em Cristo, também em São Gonçalo, onde realiza seus treinamentos de rotina.

"A autoridade dos pais deve ser utilizada para dar orientações seguras e gerar confiança e independência. Assim vamos tentando exercer o melhor papel de pai e mãe para o meu filho, como toda família coruja. Criamos as melhores expectativas para o futuro dele como atleta e homem. Priorizamos a saúde e a formação de caráter, pois nada mais gratificante para os pais do que ter um filho de bom caráter. E, se assim Deus nos permitir, estaremos presentes em todos os momentos para ser suporte e, se possível, referências na vida dele", disse Marcos.

Ravi com o treinador Michel Kmiec. Foto: Arquivo Pessoal

As medidas restritivas também influenciaram nos campeonatos de artes marciais. Questionado sobre as dificuldades impostas pela pandemia, Ravi disse sentir muita falta do calor do público durante as competições.

"Participo dos campeonatos que, nessa fase complicada e inesperada que atualmente vivemos, estão acontecendo sem público, que sentimos muita falta. Devemos chegar no horário marcado e não podemos permanecer no local após o término das competições. Todo atleta menor de idade, como eu, deve estar acompanhado de apenas um responsável, e o mesmo deve permanecer de máscara durante todo o tempo".

Ravi começou a competir em 2018, aos quatro anos, e não demorou para se familiarizar com as conquistas. De lá pra cá, empilhar cinturões, medalhas e troféus - o que, segundo ele, é só o início. Disputando torneios nas principais federações (FJJDRIO, FJJRIO, SJJSAF, CBJJ, CBJJO e UAEJJF), o menino já tem um extenso currículo:

• Campeão Word Cup CBJJO (2019)
• 3º Colocado Sulamericano CBJJO (2020)
• Campeão Rio Challenge SJJSAF (2020)
• Campeão 1º Torneio de Lutas Casadas (2020)
• Campeão Sulamericano FJJDRIO (2020)
• Campeão Super Luta e 3º colocado COPA COMPANY (2020)
• Campeão AJP ES (2021) e 2º colocado RJ (2020)
• Bicampeão Estadual CBJJO (2020 e 2021)
• Campeão Hélio Gracie FJJRIO (2020)
• Campeão Sulamericano CBJJO (2021)
• Campeão Rio Summer Open FJJDRIO (2021)
• Campeão Troféu Brasil FJJDRIO (2021)
• Campeão Pan americano FJJDRIO (2021)
• Campeão do Aberto FJJRIO (2021)

A importância dos estudos

Mesmo com a rotina baseada em treinos e competições, Ravi não deixou os estudos de lado. Aluno aplicado, ele treina pela manhã e a noite, tirando as tardes para estudar através de aulas remotas - também devido às restrições de isolamento. O bom desempenho nas notas é uma das exigências das escolas de luta. Mas, segundo Ravi, isso nunca foi um problema.

"Quando fazemos o que amamos nada se torna difícil"

Ravi Belo Ferreira

Olhar sempre à frente

Embora viva intensamente o presente e celebre muito cada conquista, o "Cavalo Doido" sabe que o principal ainda está por viver. Com personalidade, ele sonha grande e mira o topo do mundo - sem perder de vista os valores que servem como base para o seu amadurecimento pessoal.

"Posso ser pequeno no tamanho, mas não me subestimem, pois sou gigante no que mais amo fazer. Meus pais optaram pelo esporte, já que é algo que muito me identifiquei e também nos exige respeito, foco, estudo, disciplina e ajuda na formação do nosso caráter"

Como próximos passos de uma carreira promissora, Ravi tem como principal objetivo participar do Pan Kids IBJJF, no fim de julho, na Califórnia, nos Estados Unidos. Ele já cumpre os requisitos mínimos - ser faixa cinza e federado na CBJJ e IBJJF -, mas esbarra nos custos operacionais. Entre passagens, hospedagem e valor de inscrição na competição, a família estima um gasto de cerca de R$ 8 mil reais - algo atualmente inviável para o competidor.

Enquanto busca possíveis investidores e patrocinadores, o jovem não perde de vista o que mais almeja para coroar todo o trabalho realizado até aqui:

"Quero me tornar um faixa preta de alto nível e ser campeão mundial"

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