Coluna

'Forte Futebol', mais uma chance de salvar o futebol brasileiro

Proposta já com com dez clubes da Série A

Futebol brasileiro precisa enxergar a liga independente como única saída para o futuro.
Futebol brasileiro precisa enxergar a liga independente como única saída para o futuro. |  Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press
 

O interminável futebol brasileiro ganhou mais uma sobrevida. Nesta semana, surgiu outra proposta, embrionária, para criação de uma liga independente. Pregando igualdade, união e transformação, dez clubes da Série A do Campeonato Brasileiro se uniram para lutar por um futuro diferente do nosso tão amado esporte bretão.

América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude fizeram uma publicação conjunta. Autointitulados 'emergentes', eles ainda aguardam a adesão dos clubes grandes, o chamado 'Clube dos 13'. Naturalmente, com mais amarras junto à CBF, é provável que haja bastante resistência da parte deles, infelizmente.

A ideia dos clubes vinculados é surfar a onda dos investimentos. Caminho aberto recentemente por Cruzeiro e Botafogo entre os gigantes. Mais investimentos, mais possibilidades, mais competitividade. Caso haja uma administração profissional de uma nova liga, todos saem ganhando. Basta olhar para o lado e ver a prosperidade da Premier League.

Cartolas

Deixar para trás os cartolas amadores é como romper um cordão umbilical. Não é fácil, exige coragem e não há garantias de sucesso - como em quase nada na vida. No entanto, a fórmula feudal, gasta e ultrapassada já não vem dando mais frutos no Brasil há muito tempo. Os estaduais são o maior exemplo - principalmente o Carioca, definhando de forma triste e patética.

O futebol brasileiro possui potencial para ser o mais forte do planeta. Para isso, precisaria de organização, espírito de coletividade e uma economia sólida. Sim, estamos bem distantes disso. Mas o primeiro passo pode ser dado logo, basta os clubes saírem da zona de conforto. Chega de federações sugando dinheiro e mandando e desmandando em tudo.

John Textor, o investidor americano bilionário que comprou 90% da Sociedade Anônima do Botafogo, foi simples e direto sobre como precisa ser a relação dos clubes daqui pra frente.

"Digo isso de forma clara: na hora do jogo, quero atropelar o Flamengo. Mas, no dia seguinte ao jogo, depois da gente ganhar deles, podemos fazer uma ligação, uma reunião e conversar sobre como avançar a ideia de formar uma liga no Brasil, vender direitos de TV. Colaboração entre clubes. E, se eles ganharem da gente, vou atender a ligação deles de forma amistosa também", declarou.

Basicamente é isso. A rivalidade precisar acontecer estritamente dentro de campo e nas arquibancadas. Fora do estádio, o plano precisa ser de união. Já passou da hora de deixarmos de ser primatas imbecis que tentam passar o amiguinho para trás. É hora de sermos adultos, conscientes, inteligentes e, sobretudo, profissionais.

Direitos de transmissão, patrocinadores, investidores, mercado de transferências ativo, condições de trabalho, tecnologia de ponta. Tudo isso está no horizonte. Mas é preciso olhar por cima dos obstáculos para enxergá-lo. O discurso é lindo, mas precisa sair do papel. E isso precisa partir de dentro para fora. Aguardemos o bom senso das equipes restantes.

Pedro Chilingue | Papo de Craque

A resenha está garantida com o jornalista Pedro Chilingue, que além dos bastidores do mundo esportivo, também traz o melhor dos torneios regionais

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