Incrível!

Ítalo Ferreira tira onda em ensaio de fotos durante eclipse do Sol

Medalhista de ouro foi clicado no Rio Grande do Norte

Ítalo Ferreira desafiou as forças naturais do planeta para capturar uma foto inédita
Ítalo Ferreira desafiou as forças naturais do planeta para capturar uma foto inédita |  Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

O brasileiro que conquistou a primeira medalha de ouro olímpica do surfe, e também campeão mundial, agora tem mais um feito exclusivo em sua carreira.

Neste sábado (14), Ítalo Ferreira desafiou as forças naturais do planeta para capturar uma foto inédita durante o raríssimo eclipse anular do Sol, causando o impressionante efeito de estar dentro de um 'arco de fogo'.

Esse fenômeno se explica porque a Lua está no ponto mais distante de sua órbita da Terra, assim, seu diâmetro aparente é menor do que o do Sol, possibilitando a aparição do anel.

O registro aconteceu no Rio Grande do Norte pelo fotógrafo Marcelo Maragni
O registro aconteceu no Rio Grande do Norte pelo fotógrafo Marcelo Maragni |  Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

O registro aconteceu no Rio Grande do Norte pelo fotógrafo Marcelo Maragni, que precisou de estudos científicos e equipamentos especializados para alcançar a foto perfeita, além de contar com a sorte de o estado do Rio Grande do Norte ser um dos melhores locais no país para presenciar este fenômeno.

Técnicas de fotografia e engenharia, posicionamento e agilidade para realizar a foto em segundos foram fundamentais para garantir o resultado artístico memorável.

Enquanto a posição do surfista precisava estar alinhada com o rápido momento em que a Lua se posicionava milimetricamente entre a Terra e o Sol; o fotógrafo, há aproximadamente 1 km de distância do surfista, teve de usar, além de sua câmera, rádios para comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos para conseguir fixar os olhos contra a luz do Sol e evitar o efeito sombra na imagem do atleta.

Foto causou o impressionante efeito de estar dentro de um 'arco de fogo'
Foto causou o impressionante efeito de estar dentro de um 'arco de fogo' |  Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

"Esse foi um projeto mais que especial para mim, fiquei muito feliz de aqui no Rio Grande do Norte a gente ter a melhor visão do eclipse e de ter sido abençoado com essa foto que a gente vem trabalhando há meses para que ficasse perfeita. Hoje quando saí de casa tinham muitas nuvens no céu e eu fiquei um pouco apreensivo, mas quando chegamos na pedra que seria o ponto perfeito calculado o tempo limpou. E quando começou o eclipse conseguimos fazer a foto que, na minha opinião, é provavelmente uma das melhores fotos que alguém já fez durante um eclipse", declarou o surfista.

A cena inédita foi eternizada após uma única tentativa e em cerca de 5 segundos. Durante esse curto período, Maragni ainda precisou ajustar sua posição para capturar o ângulo perfeito do anel de fogo.

Já antes do grande dia, o fotógrafo testou diversas possibilidades para prever o imprevisível e conseguir registrar esse momento raro. Durante os ensaios e estudos, que começaram 4 meses antes, Maragni visitou mais de 20 picos e montanhas ao redor da praia para a checagem prévia do lugar ideal, além de diversos cálculos para o fotógrafo encontrar a angulação exata para posicionar o surfista.

Para Marcelo Maragni foi um dos trabalhos mais desafiadores e complexos dos seus quase 25 anos de carreira.

"Esse foi uma das fotos mais complexas que já fiz, foram trabalhosas tentativas de encontrar um local com a angulação de azimute, que é um ângulo em relação ao Norte e com uma inclinação específica de altura. Também usei dois celulares para simular um teodolito, que é um equipamento de medição de relevo; coloquei um filtro de densidade neutra na lente para diminuir a luz que entraria na câmera e usei espelhos para refletir a luz do Sol e iluminar o atleta e evitar o efeito de silhueta na imagem do Ítalo que o pôr do Sol costuma causar", explica o craque.

O eclipse no Brasil começou a ser visto por volta das 15h do sábado, até o término do fenômeno, quando o Sol se puser no horizonte por volta das 18h. Especificamente o 'anel de fogo' se formou por volta das 16h40, durando um curto período que tornou a fotografia tão rara quanto o fenômeno natural.

O eclipse anular pôde ser visto do país somente pelos estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco, mas o privilégio ficou para o município litorâneo do Rio Grande Norte, onde o surfista cresceu, deixando agora mais um marco para a cidade onde vive. O projeto foi realizado com apoio das marcas Canon e Ford.

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