Deu ruim

MPF pede indenização em ação contra diretora do Flamengo

Esposa de Rodolfo Landim fez posts xenofóbicos nas redes sociais

Ângela Landim comparou nordestinos com carrapatos
Ângela Landim comparou nordestinos com carrapatos |  Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação, nesta terça-feira (16), por danos morais contra Ângela Landim Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo devido a publicações com críticas aos nordestinos. Na ação, o MPF busca uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos em decorrência de uma postagem xenofóbica feita por Ângela em seu perfil no Instagram, considerada equivalente a um ato racista.

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Os ataques ocorreram após a vitória de Lula (PT) nas eleições presidenciais. Ângela, que é esposa de Rodolfo Landim, presidente do clube, dirigiu seus ataques à região onde Lula obteve uma ampla vantagem.

De acordo com a ação, assinada pelos procuradores regionais dos Direitos do Cidadão Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, a motivação de Ângela foi a expressiva votação conquistada pelo candidato vencedor nas eleições presidenciais na região Nordeste.

Poucos dias depois, em 3 de novembro, a diretora do Flamengo fez uma publicação na mesma rede social confirmando o compartilhamento da mensagem anterior e pedindo desculpas por ela.

Por meio de seus advogados, Ângela afirmou que não teve a intenção de ofender, que é natural do estado de Sergipe e viveu no Nordeste por quase 30 anos. No entanto o MPF considera que tais declarações e o pedido de desculpas não a isentam de responsabilidade, nem satisfazem o dever de reparação plena e integral, tendo em vista a repugnância que suas declarações causaram e a censurabilidade de sua conduta.

Os procuradores consideram que a mensagem, comparando nordestinos a carrapatos, constitui em ofensa à dignidade e a honra, na medida em que buscou desumanizar e inferiorizar os nordestinos.

“Depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias”, afirmam os autores da ação.

Em abril deste ano, Ângela foi indiciada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) pelo crime de xenofobia, no mesmo caso.

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