Tristeza

Adolescente morta em escola de SP sonhava ser advogada

Giovanna Bezerra, de 17 anos, estava no 3º do ensino médio

Giovanna tinha 17 anos e trabalhava em um escritório
Giovanna tinha 17 anos e trabalhava em um escritório |  Foto: Reprodução/Rede social

A adolescente Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, que morreu na manhã desta segunda-feira (23), após ser baleada na cabeça durante um ataque realizado por um aluno dentro da Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, sonhava ser advogada. Este foi o 11º caso deste tipo no Brasil este ano. 

Além de Giovanna, outros duas estudantes de 15 anos ficaram feridas pelos disparos no ataque. Uma delas foi atingida no tórax e precisou passar por cirurgia. Enquanto a outra foi atingida na clavícula. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Estadual Sapopemba e já receberam alta.

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Nas redes sociais, amigos e parentes deixaram sua mensagem de luto à vítima: "Descanse em paz, Gi. Vai fazer muita falta", escreveu uma. "Ainda sem acreditar em tudo isso. Você vai deixar saudades", comentou outra.

Amigos lamentaram a morte de Giovanna
Amigos lamentaram a morte de Giovanna |  Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Militar (PM) foi acionada por volta das 7h30 para atender a ocorrência na Rua Senador Lino Coelho. O ataque teria ocorrido às 7h20.

O helicóptero da PM foi enviado ao local, junto com mais de 20 viaturas da corporação, para lidar com a situação. O adolescente que cometeu o crime tem 15 anos, foi preso pela polícia e encaminhado à delegacia.

Paixão por vôlei e sonho em ser advogada

Segundo os pais da adolescente, ela conseguiu seu primeiro emprego como auxiliar de escritório há um mês e sonhava ser advogada. 

Giovanna tinha uma paixão por vôlei e estava no 3º ano do ensino médio

Em seu perfil do Instagram, Giovanna postava sua rotina diariamente e publicava fotos praticando esportes, principalmente o vôlei. Havia também vídeos com seus amigos, até mesmo na Escola Sapopemba, durante as aulas e intervalos.

De acordo com os amigos, Giovanna costumava esperar os amigos em um banco em frente a sua casa para irem à escola juntos. "Ela era excelente aluna, muito dedicada. Uma fatalidade tudo isso que aconteceu", disse um amigo.

Seu último registro nas redes sociais foi na tarde de domingo (22), onde a jovem aparece em um passeio no Parque Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo.

Em entrevista à rádio CBN, Luzia de Carvalho Silva, avó da estudante, contou que já havia boatos rolando sobre um possível ataque à escola.

Nunca esperava isso, mas todo mundo já sabia que ia acontecer alguma coisa nessa escola, porque há muito tempo estão falando que tava tendo ameaça lá. Por que não fizeram as coisas antes?" Luzia de Carvalho Silva, avó de Giovanna

Arma pertencia ao pai

Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), a arma usada pelo adolescente de 16 anos no crime era um revólver calibre 38 e pertencia ao pai dele. Ela era registrada em 1994. Em nota, o governo lamentou a morte de Giovanna.

"O governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares", diz o comunicado.

O governador Tarcísio de Freitas também prestou sua solidariedade e disse estar inconformado com mais um ataque violento a escolas no Brasil.

"Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas. Na manhã de hoje, três alunos foram atingidos a tiros na Escola Estadual Sapopemba e um deles, infelizmente, não resistiu. O autor dos disparos e a arma foram apreendidos. Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio", lamentou Tarcísio.

Casos recorrentes

O ataque à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta segunda, foi o 11º caso registrado no Brasil em 2023 com arma de fogo nas unidades de educação. Foram contabilizadas, pelo menos, nove mortes. Relembre alguns atentados que chocaram o país neste ano:

- Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo

No dia 27 de março, um adolescente de 13 anos entrou na Escola Estadual Thomazia Montoro, em Vila Sônia, São Paulo, e esfaqueou quatro professoras e um aluno. Uma professora, Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu após ser atingida.

- Creche Cantinho Bom Pastor, em Santa Catarina

No dia 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu uma creche Cantinho Bom Pastor na Rua dos Caçadores, em Blumenau, Santa Catarina, e matou quatro crianças, sendo três meninos e uma menina. O agressor usava uma machadinha e escolhia as vítimas aleatoriamente. No momento do ataque, cerca de 40 crianças estavam na creche. Ele chegou a fugir do local, mas depois se apresentou a polícia e foi preso.

 - Escola particular Dom Bosco, Minas Gerais

Em 10 de outubro, um ex-aluno de 14 anos da escola particular Dom Bosco, de Poços de Caldas (MG), entrou na unidade de eduação e cometeu um ataque com uma faca, ferindo três alunos e matando um estudante de 14 anos. O agressor foi detido pela polícia.

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