Tensão

Atletas brasileiros presos no Sudão tentam retornar: 'Assustador'

País africano vive conflito armado há cerca de três dias

Brasileiros estão presos em hotel devido ao conflito armado no Sudão
Brasileiros estão presos em hotel devido ao conflito armado no Sudão |  Foto: Divulgação/Paulo Sérgio
  

Um grupo de nove atletas brasileiros, que foram para Cartum, capital do Sudão, para jogar no clube Al-Merreikh, agora está preso e tentando retornar ao Brasil devido ao conflito armado no país. Com medo, eles estão trancados em um hotel residencial e relataram momentos de pânico. 

Dos nove jogadores, seis são do Rio, um do Paraná, um de São Paulo e um de Minas Gerais. Um desses atletas é Paulo Sérgio, de 33 anos e que foi revelado pelo Flamengo. Ele estava disputando o Campeonato Paulista quando recebeu o convite para jogar no Al-Merreikh, do Sudão, vendo uma oportunidade de atuar em competições internacionais com grande visibilidade.

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Em entrevista ao 'G1', Paulo Sérgio faz um apelo ao governo e relatou os momentos de tensão vivido nos últimos dias no país africano.

“A gente não sabe o que vem pela frente, qual é o desenrolar disso. A gente acorda, faz as refeições e passa o dia conversando. A comida começa a acabar. Estamos fracionando. A luz e a internet estão caindo. A gente tenta poupar os dados, mas o nosso medo é ficar incomunicável. A gente não sabe o que vai acontecer”, contou Paulo Sérgio.

O governo sudanês impôs um toque de recolher depois que o principal grupo paramilitar do país anunciou, no sábado (15), que havia tomado o palácio presidencial, a residência do chefe do Exército e o aeroporto internacional de Cartum em uma aparente tentativa de golpe. No entanto, os militares afirmaram que estavam retaliando.
  

Assustado, Paulo Sérgio teme o que pode acontecer nos próximos dias, principalmente pelos ataques de tiros e bombas próximos ao hospital.

“É assustador. Porque você não tá no seu país, você não fala a língua e não sabe o que pode vir. Ainda mais porque estou no hotel, então se eu estivesse na minha residência com os outros brasileiros seria mais fácil. O hotel é bom, mas a gente não sabe o que tá lá fora. Não sabemos se pode ter risco de bombas, se podem entrar no hotel, o que eles podem fazer com os estrangeiros. A gente não tem para onde correr", contou o atacante.

É assustador. Porque você não tá no seu país, você não fala a língua e não sabe o que pode vir [...] Não sabemos se pode ter risco de bombas, se podem entrar no hotel, o que eles podem fazer com os estrangeiros. A gente não tem para onde correr" contou, Paulo Sérgio
  

Os intensos confrontos entre o Exército e um grupo paramilitar no Sudão, que começaram há três dias, já deixaram mais de 200 pessoas mortas e outras 1,8 mil feridas. Paulo Sérgio, atualmente, está focado em retornar ao Brasil assim que for possível, assim que as pontes aéreas abrirem e o aeroporto voltar a funcionar.

"As pontes aéreas estão fechadas, assim como o aeroporto, tá um silêncio no ar, mas daqui a pouco volta a ter barulho de tiro. Estamos torcendo para situação se tranquilizar e podermos voltar (para o Brasil). Minha esposa e minha filha permaneceram no Rio quando vim para o Sudão. Estávamos tratando de elas virem para cá passa", disse.

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