O dia da gestante é comemorado nesta segunda-feira (15). Para celebrar a data, o ENFOCO conversou com especialistas para informar sobre o período, considerado importante e delicado.
A ginecologista Bethânia Rodrigues, de 33 anos, explicou que a primeira coisa que uma gestante precisa fazer é se informar sobre como iniciará o pré-natal, que é o cuidado de saúde recomendado nesse período. A importância desse acompanhamento é garantir uma gestação saudável, diagnosticar e tratar possíveis complicações precocemente.
Por isso, para as mulheres que não possuem plano de saúde particular, a recomendação é procurar um posto do Sistema Únido de Saúde mais próximo de sua residência. Por outro lado, as que possuem acesso à saúde privada, devem buscar se informar sobre a melhor equipe médica, focando-se naquela que mais traga segurança para a mulher. Além disso, é importante também se informar sobre as maternidades da região.
Os exames que serão realizados durante o pré-natal são necessários para descobrir o que deve ser observado durante cada período da gestação.
No primeiro trimestre os riscos de aborto são maiores, por isso é importante ficar atenta a qualquer sangramento. Já no segundo trimestre, pode se desenvolver pressão alta, diabetes e somente com os exames em dia é que a mulher vai descobrir quais sinais e modificações do corpo estão acontecendo, além de saber o que pode comer e o que deve evitar, quais medicamentos poderá ou não tomar, as vacinas permitidas e que não vai afetar o bebê.
A ginecologista e obstetra explica também que um pré-natal bem feito vai auxiliar muito a mulher tanto na gestação quanto no nascimento da criança, durante a amamentação e em toda a vida, pois é nesse momento que se descobre se há complicações na saúde ou não. Outras recomendações são o não consumo de bebidas alcóolicas e tabagismo.
O ENFOCO também conversou com uma psicóloga sobre os principais cuidados que as gestantes devem ter em relação à saúde mental. Rafaela Fernandes, 36 anos, que é formada em Psicologia Clínica pela UFRJ.
A especialista explicou que a primeira coisa que a mulher precisa entender é que está em uma fase de transformação em vários sentidos, tanto por fora do corpo, como por conta do crescimento do bebê. Quanto por dentro, a transformação pelos hormônios, pela quantidade de hormônios que começam a bombar na corrente sanguínea.
Transformação de uma nova realidade, a barriga crescendo, excesso de cansaço… É Importante que a mulher tenha consciência de que essas vivências não vão ser permeadas da fantasias, como vemos por aí Rafaela Fernandes, psicóloga
A psicóloga alerta que é importante que a gestante tenha essa consciência, e ela é adquirida através de conversas com outras mulheres que tiveram filhos, fazer leitura de relatos e trocar com outras mulheres.
“Porque as informações que se vê por aí são uma falsa ilusão de um mundo fantasioso, como se fosse um momento incrível para uma mulher, mas na prática não é bem assim. E isso às vezes causa uma frustração para as mulheres, e isso a adoece. É melhor ela buscar informações reais.”
Outro conselho, foi que a mulher tenha paciência consigo mesma, se respeite nos momentos que não estiver satisfeita com a gravidez, pois é normal: “Se permitir não gostar da barriga, as oscilações de humor que são naturais, que ela não se cobre tanto, até porque cada gestação é de um jeito, e muitas vezes a fantasia de como vai ser aquele momento pode atrapalhar.”
Ansiedade e Depressão
Rafaela afirma que é muito importante que as gestantes tenham acompanhamento terapêutico, para que elas possam entender que é um processo novo e longo. É válido ressaltar, que é um processo que tem início, meio e fim.
“Que elas entendam e curtam um dia após o outro, que possam curtir os momentos ruins, os enjoos e os momentos bons, as expectativas, os planos e sonhos. Além de ter acompanhamento com uma equipe, as oscilações de humor da gestação podem aumentar o quadro de depressão e ansiedade.”
Rede de apoio
A rede de apoio é fundamental, principalmente, para que as mulheres tenham consciência da realidade da gestação, pois esse momento onde a sociedade cria um mundo ilusório e fantasioso.
A psicóloga explica que é normal as mulheres ficarem com medo do parto, e até mesmo terem dificuldades em interagir com o bebê.
“A realidade é feita das vivências boas como “eu adoro estar grávida, eu adoro minha barriga” mas também é feita de “eu estou cansada, não vejo a hora dessa criança nascer, eu estou com dor nas costas, estou inchada, estou com medo do parto”, citou a especialista.
Para que a gestante se sinta acolhida, é importante que a família a apoie em todos os momentos. Caso haja um descontentamento durante a gravidez que a família não reaja de forma agressiva, e nem culpe a mulher por sentir esses sentimentos, mas que entenda que isso é normal.
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