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Ex-prefeito de São Gonçalo é preso em operação do MP-RJ

Neilton Mulim, ex-prefeito de São Gonçalo entre 2013 e 2016 foi preso na manhã desta quinta-feira (10) em casa, em Maricá, durante uma operação do Ministério Público do Rio de janeiro (MP-RJ). A operação Apagão foi desencadeada para prender políticos e empresários do município que é considerado o segundo maior colégio eleitoral do Estado, suspeitos de fraude  na manutenção da iluminação pública. Uma mala com R$277 mil foi encontrada na casa do ex-prefeito.

Entenda: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), realizam, nesta quinta-feira (10/08), a operação para cumprir 11 mandados de prisão contra políticos e empresários de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, um deles contra o ex-prefeito Neilton Mulim. Os mandados foram concedidos pela juíza Myriam Therezinha Simen Rangel Cury, da 5ª Vara Criminal de São Gonçalo. A ação também visa a cumprir 26 mandados de busca e apreensão nas residências e escritórios dos denunciados.  A operação conta ainda com apoio da Polícia Militar e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro (Sispen/Seap).

O grupo é acusado de irregularidades no processo de licitação que originou o contrato firmado entre o município de São Gonçalo e a empresa Compillar Entretenimento Prestadora de Serviços Eireli. A contratação foi feita para fornecimento de uma gestão informatizada de manutenção da iluminação pública. O acordo foi fechado pelo valor de R$ 15,5 milhões, com validade de 12 meses. Depois, foi renovado mais duas vezes.

A suposta gestão informatizada elevou o custo da prefeitura em mais de 200%. O serviço, que custava aos cofres públicos R$ 5,8 milhões ao ano, passou a custar R$15,5 milhões. No entanto, segundo apurado no Procedimento de Investigação Criminal, o investimento do município, realizado sem a necessária previsão orçamentária, foi completamente desperdiçado, pois a empresa não executou o projeto básico contratado, os fiscais não observaram os parâmetros de desempenho necessários para a verificação dos serviços e, mesmo sem a devida execução do contrato, os pagamentos foram integralmente realizados até agosto de 2016. O prejuízo para os cofres públicos chegou a R$40 milhões.

São Gonçalo hoje tem várias regiões consideradas áreas de risco, onde a falta de iluminação pública aumenta a incidência de roubos e assaltos. Avenidas, praças e centenas de ruas às escuras deixam a população à mercê da ação de criminosos.

No início da tarde, uma entrevista coletiva com representantes do Ministério Público divulgou detalhes da operação. Foi destacado o alto investimento do município na questão da iluminação pública, sendo que nenhuma cláusula do contrato foi cumprida pela empresa contratada.

Confira a relação dos presos na Operação Apagão:

Neilton Mulim -  ex-prefeito de SG
Francisco José Rangel de Moraes -  ex-secretário de Urbanismo e Infraestrutura
Davi Luiz Fonseca -  ex-servidor comissionado
Wellington de Sant'Anna Souza, - servidor
Marco Antônio Monteiro Garcia -  servidor
Marcelo Ferreira Neves -  servidor
Fagner Mota Chaves -  servidor
Paulo Roberto de Souza Cruz -  representante da empresa Compillar
Marcelo Araújo dos Santos -  servidor
Luana Ferreira Neves - servidora
Wanderson Gonçalves Lopes - servidor

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