Assustador

'Muito sangue', disse vítima que denunciou Felipe Prior por estupro

Mulher ficou com uma laceração nas partes íntimas

Crime aconteceu no dia 8 de agosto de 2014
Crime aconteceu no dia 8 de agosto de 2014 |  Foto: Reprodução / TV Globo

O ex-BBB Felipe Prior foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo crime de estupro. Em entrevista ao programa Fantástico, que foi ao ar neste domingo (16), a vítima do crime contou detalhes de como foi aquela noite.

A mulher, atualmente com 31 anos, tinha 22 na época e cursava Arquitetura em uma universidade particular de São Paulo, junto com Prior. Ela conta que, junto com uma amiga, sugeriu um esquema de caronas com o acusado, já que todos moravam perto.

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"A gente começou a ter contato por conta de uma colega minha, de sala, que também estudava na Zona Norte, né? Todos nós morávamos na Zona Norte. Ela conversou com ele e sugeriu da gente fazer um esquema de caronas pagas, né? Já que a gente morava todo mundo perto", relembra.

Na noite do crime, no dia 8 de agosto de 2014, eles haviam acabado de sair de uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foi então que, ao ficar sozinha no veículo com o ex-BBB, tudo aconteceu.

Começou a tirar minha roupa. E, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei: ‘Felipe, eu não quero’. Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (...) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue Vítima,
  

Quando viu o sangue, Prior ainda perguntou se a mulher gostaria que ele a levasse para o hospital. Ela recusou e pediu que ele a levasse para casa. 

"Fiquei no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha, mas minha pressão já estava muito baixa. Fui acordar minha mãe e pedi para ela me ajudar", conta.

A mãe da vítima levou ela até o hospital, lá a médica de plantão constatou que o ferimento era uma laceração de grau 1 – compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina, conforme o prontuário.

"A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe o que, de fato, tinha acontecido. Que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar", recorda. 

No dia seguinte, conforme os relatos, o acusado ainda ligou para ela e perguntou se estava tudo bem. 

"Falei que eu estava machucada, que tinha feito uma ferida e pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso", disse,

Ajudar outras mulheres

Segundo a vítima, a iniciativa de correr atrás dos seu diretos anos depois partiu da iniciativa de ajudar mulheres que também são vítimas de abuso.

"Eu posso ajudar as outras mulheres a terem coragem de se posicionar. Porque isso precisa parar. Isso precisa parar”, disse. “Infelizmente ela faz parte da minha história. O que eu posso fazer com ela hoje é mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas", destaca.

O caso foi revelado pela Revista Marie Claire em abril de 2020, logo após Prior deixar o Big Brother Brasil. Ele afirmou ser inocente e vai recorrer da decisão assinada pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo.

O que diz a defesa

Os advogados de defesa de Felipe Prior, Gabriela Ianni, Leandro Carlos da Silva, Luzia Cristina Mendes, Carolina Tieppo Pugliese e Rafael Pugliese Ribeiro, emitiram uma declaração conjunta sobre o caso.

Eles afirmam que "seguem plenamente confiantes no poder judiciário brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta condenação" e que "no momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação".

Prior foi até as redes sociais para afirmar que é inocente e limitou os comentários da postagem.

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