Ataque

'Queria mudar os alunos', diz filha de professora morta em SP

Elisabete Tenreiro tinha 71 anos e dava aulas de Ciências

Elisabete Tenreiro tinha 71 anos e estava na unidade desde o início deste ano
Elisabete Tenreiro tinha 71 anos e estava na unidade desde o início deste ano |  Foto: Rede social
  

A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, morreu na manhã desta segunda-feira (27), após ser esfaqueada por um aluno dentro de sala de aula enquanto trabalhava. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa na porta da escola com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e o secretário da Educação, Renato Feder.

Elisabete era professora de ciências e estava na unidade desde o início deste ano. Após ser esfaqueada pelo adolescente, ela teve uma parada cardíaca e foi encaminhada para o Hospital Universitário, da USP.  A docente acabou não resistindo aos ferimentos e faleceu.

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Em entrevista ao g1, a filha da professora relatou que ela amava a profissão e que tinha a educação como missão. "Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou".

A educadora era considerada bem discreta e também era apaixonada por música, principalmente por samba. Além disso, era muito apegada à suas filhas e seus netos. Em seus últimos registros nas redes sociais, a filha caçula Liciana, postou uma foto ao lado da mãe no Sambódromo do Anhembi, em fevereiro, curtindo o Carnaval. No mesmo mês ela também comemorou o aniversário de 71 anos.

O caso

Um aluno de 13 anos invadiu a Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27) e esfaqueou quatro professoras e dois alunos. Segundo a Polícia Militar, o agressor é do oitavo ano. 

A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, não resistiu aos ferimentos e veio à óbito. Outras quatro vítimas receberam atendimento e estão estáveis. As vítimas foram encaminhadas aos Hospitais das Clínicas, Bandeirantes, Universitário e São Luís.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse que ficou chocado com o ataque e classificou como "lamentável".

"Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado para com as unidades da rede estadual de ensino de São Paulo", diz nota.

O Governo do Estado de São Paulo lamentou o óbito da professora e se solidarizou com as famílias dos professores e alunos vítimas do ataque. is "Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. O adolescente de 13 anos já foi apreendido e nossos esforços estão concentrados em socorrer os feridos e acolher os familiares", escreveu ele em suas redes sociais.

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