Saúde

Sem pânico! Entenda a polêmica do aspartame e a lista da OMS

Agência aponta que o consumo pode causar câncer

Aspartame entrou na mira da IARC
Aspartame entrou na mira da IARC |  Foto: Divulgação
 

O aspartame é um adoçante artificial com poder adoçante 200 vezes maior que o açúcar e que deve ser declarado como possivelmente cancerígeno para humanos pela IARC, uma agência vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas será que o relatório apresentado em maio desse ano realmente afirma que o consumo do aspartame irá causar câncer?

Presente em refrigerantes diet como a Coca Cola Zero açúcar, gomas de mascar, geléias diet e utilizado para adoçar o cafezinho, o aspartame está para ser inserido em uma lista elaborada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), que relaciona o consumo de alimentos ao possível surgimento da doença.

Escala de risco

Essa lista é dividida em 5 grupos com uma escala decrescente sobre o risco para câncer conforme a figura 1. O grupo 1 sendo o mais perigoso e o grupo 4 com menor fator de risco para a relação entre consumo e câncer.

Imagem ilustrativa da imagem Sem pânico! Entenda a polêmica do aspartame e a lista da OMS
|  Foto: Arte / Divulgação
 

Alimentos inseridos no grupo 1 tem comprovadamente influência no surgimento de câncer em humanos, dentre os quais podemos citar, álcool e carnes processadas (bacon, embutidos, linguiças, etc). Já o aspartame será inserido no Grupo 2B, ou seja, segundo a agência que geriu os estudos, o consumo de aspartame é, possivelmente, carcinogênico para humanos, mas não se pode afirmar que o consumo de forma equilibrada do adoçante tenha influência comprovada no surgimento da doença.

Segundo o nutricionista especialista em emagrecimento Paulo Peçanha, as avaliações da Iarc costumam ser alvos de críticas por profissionais da área da saúde e também pela indústria alimentícia porque podem ser confusas e levar pânico aos consumidores.

Ele considera que no caso do aspartame, os estudos que constam no relatório da Iarc foram realizados em animais e não se poderia assumir que o mesmo resultado se daria em humanos. Além disso, para o especialista, outro ponto frágil do relatório é que não se leva em consideração a quantidade do adoçante que pode ser consumido com segurança.

"Se trouxermos para a realidade do consumo de um adulto, seria necessário ingerir diariamente cerca de 25 litros de refrigerante diet para chegar à mesma relação de consumo entre o aspartame e os ratos utilizados nesses estudos", explica.

Segundo a agência norte-americana reguladora de alimentos e medicamentos, a FDA, a quantidade máxima de aspartame que pode ser ingerida por dia é de 50mg/kg. Portanto, quem utiliza o aspartame de forma moderada, seja para adoçar o café, ou contido em produtos industrializados, não deve se preocupar.

Nenhum alimento isolado tem poder de adoecer ou curar. Um estilo de vida saudável será sempre o fator mais importante que poderá impactar no surgimento ou na prevenção de uma doença" Paulo Peçanha, especialista em emagrecimento
 

Ele lembra ainda que 'quanto menos adoçante, ou açúcar, ou álcool, melhor!'. Mas consumir qualquer um desses alimentos de forma moderada não irá tornar ninguém menos saudável.

PAULO PEÇANHA - MAIS LEVE

PAULO PEÇANHA - MAIS LEVE

Paulo Peçanha é nutricionista especialista em emagrecimento, com pacientes em três continentes e responsável pela produção de mais de cinco mil refeições fitness por mês. Apaixonado por promover saúde também é formando em Educação Física e Biomedicina Estética.

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