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Traficantes agem contra centros espíritas

A ação de traficantes também tem contribuído para o registro de novos casos de intolerância religiosa no estado do Rio de Janeiro. A secretaria de estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos estima que 10% das denúncias envolvam drogas. Na baixada fluminense, marginais foram até um terreiro e deram um prazo de três dias para a retirada de todos os artefatos religiosos, sob a ameaça de invadir o local e quebrar todas as peças. A vítima procurou ajuda e informou que a mesma ameaça foi feita a outros centros de umbanda e candomblé na região.

"É preocupante essa ação organizada do tráfico de drogas contra religiões de matriz africana. Não podemos mais encarar isso como casos isolados. O fundamentalismo religioso está chegando e se associando a grupos armados. Isso representa uma grande ameaça ao direito das pessoas de professarem a sua fé. Esse número pode ser muito maior, já que muitos tem medo de denunciar, porque vivem a mercê do tráfico e temem por possíveis represálias. Reforço a importância das denúncias ao Disque Combate ao Preconceito, que podem ser feitas de forma anônima e são um importante parâmetro para que a secretaria possa elaborar suas políticas públicas e ações contra casos de intolerância.", diz o secretário de Direitos Humanos, Átila Alexandre Nunes.

Na última sexta-feira (6), em São Gonçalo, o centro espírita de Ile Oya foi invadido e mais de 50 imagens foram destruídas. A mãe de santo responsável pelo centro chegou ao local por volta das 6h30 e se deparou com várias portas arrombadas e imagens destruídas. O caso foi registrado na Delegacia de Itaboraí. A religiosa relatou não ter inimigos na região e nem ter recebido ameaças.

De julho até hoje, a SEDHMI registrou 41 casos de intolerância religiosa no estado. Já está marcado para o dia 19 o I Fórum Iguaçuano de Combate a Intolerância Religiosa que vai reunir a sociedade e os poderes executivo, legislativo e judiciário para formular ações concretas no combate aos casos de intolerância religiosa na Baixada Fluminense. A região foi responsável por cerca de 30% das denúncias recebidas. O evento será realizado no Campus da Universidade Iguaçu (UNIG), será aberto ao público e terá entrada gratuita. A UNIG fica na Av. Abílio Augusto Távora, 2134, em Jardim Nova Era - Nova Iguaçu. O Fórum será das 17h às 21h.

Denúncias podem ser feitas através do Disque Combate ao Preconceito 2334-9551.

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