Carnaval 2023

Bloco Bangalafumenga reúne milhares de foliões no Aterro

O bloco quase não ocorreu em 2023 no Rio, segundo seu fundador

Bloco Bengala Fumenga no rio de janeiro
Bloco Bengala Fumenga no rio de janeiro |  Foto: Ana Carolina Moraes
 

O bloco 'Bangalafumenga' vem reunindo diversos foliões desde 1998, quando foi criado, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Neste Carnaval pós-pandemia, isso não foi diferente. O Aterro do Flamengo lotou com milhares de pessoas que queriam curtir um dos blocos musicalmente mais ecléticos do Rio de Janeiro. Além das famosas músicas de Carnaval, o Bangalafumenga tocou muito samba, funk, axé e composições próprias. 

Segundo o fundador do bloco, Rodrigo Maranhão, quase não houve o Bangalafumenga neste ano. "Na verdade, ficamos totalmente desestruturados na pandemia, mas quando foi chegando perto do Carnaval foi chegando tanta gente, tanta ajuda... A ideia inicial era não desfilar, era se reestruturar com calma, mas a galera não conseguiu ficar sem o Carnaval, veio ajuda de tudo quanto é canto e eu nem sei como estamos aqui, mas estamos", disse ele que afirmou que eles pensavam em se reestruturar a partir do próximo ano para retornar o 'Banga', apelido dado ao bloco. 

Segundo ele, o Banga ocorreria apenas em São Paulo neste ano por causa da estrutura. "Mas, a gente não poderia deixar de tocar aqui também. É a nossa terra, nosso canto, onde ajudamos a criar essa bagunça toda. O Banga é amor", afirmou ele que disse não ter expectativa sobre o número de foliões aguardados no bloco. 

Durante a festa, a bateria do Banga tocou diversos estilos musicais. "Temos que sempre dar um recado novo, mostrar algo novo, mas também temos que entregar para o público para cantarmos junto Tim Maia, Jorge Ben Jor ... Rio de Janeiro", contou ele que disse que o bloco surgiu a partir de um evento de samba e poesia no qual ele foi convidado pelo poeta Chacal para ser produtor. O evento inicial ocorreu no Planetário da Gávea. "Foi um acontecimento e resolvemos fazer dele um bloco e, a partir daí, só história", concluiu ele que disse que o Banga só não desfilou durante a pandemia. 

Além de fundador, Rodrigo também canta. No bloco deste domingo, ele teve o apoio de outros cantores como Pedro Miranda e Sérgio Loroza. 

A bateria do bloco tem a raiz em escolas de samba. O Negão da Serrinha, mestre de bateria, atua no Banga há 20 anos e é amigo de Maranhão há 30 anos. "Essa volta do bloco após a pandemia é transcendental, porque é uma volta de poder viver de novo o que fazemos com amor e que não pudemos fazer por muito tempo. A gente se sente vivo de novo. Quando eu tô lá em cima e vejo a 'muvuca' respondendo ao que estamos tocando no tambor, sinto como se estivesse fazendo um bom trabalho, com as coisas fluindo, eu só consigo ficar feliz", afirmou o homem de 38 anos que disse que o Carnaval é o princípio de tudo. 

Foliões 

Milhares de pessoas estiveram presentes no Aterro do Flamengo para prestigiar o bloco. Dentre eles, estava o gonçalense Thiago Cavalcanti que acordou às 7h30 da manhã para estar no bloco. "É um bloco muito conhecido no Rio e queremos nos divertir. Minha esposa já veio outras vezes e comentou bem da folia aqui e eu quis vim. A gente pretende ficar aqui o dia todo. Nos fantasiamos de Round 6, da Netflix, que é um sucesso", afirmou o engenheiro elétrico de 37 anos que estava com a família.

O bloco também é sinônimo de acessibilidade. Foi o que afirmou Nayane Buarque, de 36 anos, que frequenta o bloco há mais de 18 anos em sua cadeira de rodas. "O Banga faz parte da minha vida inteira. Eu tocava percussão quando era nova e o amor pelo tambor sempre existiu. O Banga explora muitos ritmos diferentes, que é um diferencial, e me acolhe muito bem. Eles me deixam ficar aqui dentro na área reservada, eu acho eles super abertos, são solícitos e sempre que ajudam quando podem", disse a fonoaudióloga que afirma que o Carnaval é a realização de estar vivo.

O Bangalafumenga é apenas um dos mais de 50 blocos que ocorrem no Rio neste domingo (19) de Carnaval. Além dele, haverá, por exemplo, o Cordão do Boitatá (Centro), o Bloco Toca Rauuul (Centro) e o Simpatia É Quase Amor em Ipanema, na Zona Sul. 

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