Semana Santa

Expectativa em alta e corrida às lojas para garantir peixe no feriado

Mercado São Pedro espera superar marca de 150 toneladas

Com flexibilizações, comerciantes veem data com otimismo
Com flexibilizações, comerciantes veem data com otimismo |  Foto: Lucas Alvarenga
  

O feriado da Semana Santa acontece na próxima sexta-feira (15), mas a corrida às lojas para garantir o peixe fresco na hora do almoço já começou. Tradicional em Niterói, o Mercado São Pedro, no centro da cidade, espera superar o número de vendas com relação ao ano passado. 

Segundo o diretor da Associação dos Comerciantes do Mercado, Attílio Guglielmo, a expectativa é receber em torno de 25 mil pessoas durante esta semana no estabelecimento. A estimativa supera os índices do ano passado, quando a cidade ainda enfrentava restrições impostas pela pandemia da Covid-19, medidas que já foram afrouxadas. 

"Vai ser maior que ano passado porque ainda tinha restrição e tinha uma regra que só podia ter determinados números no salão, então tinha que fazer fila do lado de fora, muita gente ia embora. Acho que esse ano vai ser bem maior", explicou. 

Preços vão variar para agradar todos os consumidores
Preços vão variar para agradar todos os consumidores |  Foto: Lucas Alvarenga
  

Sobre as vendas, os comerciantes esperam repassar aos consumidores de 150 a 160 toneladas de mercadorias este ano. Os mais procurados o feriado católico, de acordo com o diretor, são corvina, anchova, sardinha, camarão, dourado, xerelete e os filés de peixe. Attílio informou ainda que isso acontece porque, nesta época, esses peixes chegam em grande demanda, fazendo com que o preço fique mais barato, variando de R$20 a R$40 o quilo. 

A equipe do ENFOCO percorreu o mercado nesta quarta-feira (13), e conferiu que, entre os 40 boxes espalhados pelo estabelecimento, os valores da corvina saíam em torno de R$21,99 o quilo, enquanto o filé de linguado era vendido por R$36,99. Nos balcões, um dos comerciantes informou que o brasileiro gosta de deixar tudo para última hora, então, a demanda deve aumentar até sexta (15).

Quem procurou se adiantar e não deixar para a última hora foi a aposentada, Helena Silva, que garantiu o seu pescado para o almoço de sexta à base de muita pesquisa. 

"Já vim garantir. Está tudo muito caro, se não pesquisar direito a gente sai no prejuízo. Esse ano vai ser o pescado mais em conta que vai entrar na mesa lá de casa", contou.

Está tudo muito caro, se não pesquisar direito a gente sai no prejuízo Helena Silva, aposentada
  

Em um dos boxes, o balconista Marcos Leal vendia o famoso bacalhau, que não estava saindo tanto. O peixe, considerado uma iguaria para a data, não está tão acessível ao bolso da população. De acordo com Leal, o quilo da mercadoria estava saindo a R$180,00 e a opção mais barata era o que vinha com osso, vendido por R$79,00 o quilo.

"Está devagar, até agora está devagar. Os anos anteriores a gente já tinha vendido muito mais. A pandemia está melhorando agora, mas o pessoal está sem dinheiro, o bacalhau é uma comida cara. Não é qualquer um que pode ter num prato o bacalhau. Se for uma peça com três quilos mais ou menos sai por mais de R$ 300", explicou o comerciante entre um pedido e outro. 

  • Expectativa em alta e corrida às lojas para garantir peixe no feriado
  • Preços vão variar para agradar todos os consumidores
    Preços vão variar para agradar todos os consumidores
  • Expectativa em alta e corrida às lojas para garantir peixe no feriado
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  • Expectativa em alta e corrida às lojas para garantir peixe no feriado
  • Expectativa em alta e corrida às lojas para garantir peixe no feriado
 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, o grupo alimentação e bebidas foi responsável por 20,89% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula 11,3% em 12 meses. As carnes ficaram 0,33% mais caras no mês passado, subiram 8,45% no acumulado de 2021 e 17,97% em 2020.

O Mercado São Pedro abre nesta quinta-feira (14) a partir das 5h da manhã e fecha às 19h. Na sexta-feira (15), em horário reduzido, estará disponível das 5h às 13h.

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Cuidados na compra

Com o aumento da procura por peixes, quem não costuma consumir esse tipo de alimento ao longo do ano deve ficar atento na hora de levar o pescado para, para garantir a qualidade dos produtos. A Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro, atenta à demanda no período, alerta os consumidores sobre o que deve ser observado no momento de se escolher os melhores produtos.

Pescado deveria ser consumido pelo menos duas vezes por semana
  

Pesquisadora da FIPERJ, a médica veterinária Flávia Calixto lembra que o pescado deveria ser consumido com mais frequência, pelo menos duas vezes por semana, de acordo com recomendações médicas, e não apenas em períodos específicos como a Semana Santa. Em relação ao que deve ser observado no momento da compra, ela ressalta algumas características que precisam estar presentes, atestando a boa qualidade dos pescado fresco.

"Na hora da compra de peixes, deve-se observar aspectos sensoriais, como a superfície do corpo limpa, com relativo brilho metálico e reflexos das cores próprias da espécie, sem qualquer pigmentação estranha. Os olhos devem estar claros, vivos, brilhantes, luzentes, convexos e transparentes. Com o auxílio de luvas descartáveis ou do peixeiro, é importante observar que as brânquias ou guelras estejam róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes com odor natural, próprio e suave", alerta Flávia.

A especialista também lembra que o abdômen dos peixes deve apresentar forma normal e firme, não deixando impressão duradoura após a pressão dos dedos. Outro fator importante é observar se o pescado é mantido em baixas temperaturas com uso de gelo ou balcões frigoríficos, e se o local de exposição e os profissionais responsáveis pelo manuseio atendem às regras de higiene. Ela recomenda, ainda, que os consumidores levem uma bolsa ou caixa térmica para armazenar o produto durante o transporte para casa.

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