Tragédia

'Fatalidade', diz cunhado de homem levado por correnteza em Niterói

Corpo de Carlos Gonzaga foi sepultado nesta sexta em São Gonçalo

Carlos Gonzaga da Silva tinha 46 anos e morreu arrastado pela chuva do temporal de terça (7)
Carlos Gonzaga da Silva tinha 46 anos e morreu arrastado pela chuva do temporal de terça (7) |  Foto: Arquivo da família
  

O corpo de Carlos Gonzaga da Silva, de 46 anos, foi enterrado nesta sexta (10) no cemitério municipal de São Gonçalo. Ele foi uma das vítimas do temporal da última terça (7), quando morreu depois de ser arrastado pela correnteza para dentro de um valão, no Barreto, na Zona Norte de Niterói. Carlos foi encontrado sem vida nesta quarta (8), às margens da Baía de Guanabara. 

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“Uma pessoa amiga ligou e falou que o motoboy Fernando está abalado. Ele mesmo foi na delegacia dar parte e falar do acidente. Quero que ele fique tranquilo, ele não teve culpa de nada e que fique em paz. Quero até conversar com ele para que ele fique bem e se preocupe agora com a saúde dele”, contou Marcos Barberato, de 46, cunhado de Carlos. 

Segundo os familiares, as irmãs e a mãe dele estavam muito abaladas na despedida. A família, muito religiosa, acredita que ele tenha cumprido seu papel na terra. 

“Foi um momento triste. Infelizmente, ele perdeu a vida numa fatalidade. Ele teve um emprego confirmado ontem, aqui em Niterói, e não conseguiu trabalhar. Ele perdeu a entrevista em São Cristóvão, que seria no dia seguinte à morte dele, mas foi chamado na última quinta para uma vaga que ele colocou currículo. Era a vaga dele, mas infelizmente ele não está aqui para assumir o posto”, contou o técnico em refrigeração.

Carlos estava desempregado há seis meses. Ele era cozinheiro e já havia atuado no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal). Ele também já havia trabalhado como porteiro. 

Apesar de morar distante da filha de 13 anos, Carlos era muito próximo da menina. “Ele adorava criança, era um paizão. Ele era conhecido no bairro. Trabalhador, corria atrás do dele e estava fazendo um bico no dia em que morreu. Ele entregava quentinhas. Somos evangélicos e estamos tranquilos.  Infelizmente foi o dia dele”, disse Marcos. 

Anteriormente, no Instituto Médico Legal do Barreto, a família de Carlos já havia falado sobre o último contato que teve com ele em vida. “Pelo WhatsApp, minha esposa falou com ele e ele disse que não ia sair dali naquele momento porque as ruas estavam alagadas e não estava passando ônibus”, disse Carlos. 

O caso

Durante o temporal da última sexta (7), Carlos pegou um mototáxi na tentativa de chegar em casa. No entanto, por conta do temporal que atingiu a cidade, a moto que ele estava acabou caindo e ele foi arrastado junto com o piloto para dentro de um valão no Barreto, na Zona Norte de Niterói. 

Segundo testemunhas, o piloto tentou passar pelo bolsão d´água na rua Comendador Assad Abdala, quando foi levado pela correnteza para dentro do valão. O mototaxista conseguiu escapar, mas Carlos acabou desaparecendo junto com a moto. 

O quartel do Corpo de Bombeiros de Niterói encontrou o corpo do rapaz em um rio, na tarde de quarta (8), na altura de Neves, em São Gonçalo, às margens da Baía de Guanabara.

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