Quatro gatos foram encontrados mortos, supostamente por envenenamento, na manhã desta sexta-feira (4), e moradores do de Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, ficaram revoltados. Eles contaram que o problema vem acontecendo há um ano na região. De acordo com relatos, os animais seriam de rua, mas são cuidados por pessoas que moram no bairro.
Uma moradora da região, que preferiu não se identificar, contou ao ENFOCO como os animais são cuidados.
"Uma senhora de mais de 80 anos que mora com o marido no bairro resolveu alimentar os gatos que passavam pela rua e ficam em frente à casa deles. Alguns vizinhos conscientes perceberam que estava aumentando o número de animais e resolveram levá-los para castrar. Por isso, consideramos estes gatos comunitários", revelou a moradora.
Já Fabiana Fanni, de 43 anos, que também é moradora do bairro, confirmou que alguns vizinhos estavam incomodados com os animais.
"Sou moradora de Camboinhas e faço parte de alguns grupos de proteção animal. Todos os dias alimento os animais aqui dentro do bairro, juntamente com mais três amigos. O caso dessa rua voltou a se repetir e sei que os vizinhos estavam bem incomodados com os animais que ficam na calçada da senhora que os alimenta. São animais saudáveis que não põem em risco morador nenhum", disse Fabiana.
A idosa ainda colocou uma faixa em frente a sua casa para que as pessoas se conscientizem e não maltratem os animais. Na faixa está escrito: ‘O indivíduo que envenena cães e gatos, além de matar o animal, destrói um pedaço da família que o cuida. Maus-tratos aos animais é crime!".
A advogada Fernanda Freitas, de 44 anos, levou dois animais mortos para o Horto do Fonseca, onde será realizado a perícia. De acordo com ela, em 20 dias úteis saí o resultado.
Procurada, a diretoria da Sociedade Pró Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) informou que não está ciente sobre as mortes dos animais que ocorreram na manhã desta sexta.
A Prefeitura de Niterói disse apenas que "maus-tratos aos animais é crime e deve ser denunciado às autoridades policiais".
Também procurado pelo ENFOCO para comentar sobre as mortes, o vereador Daniel Marques, conhecido como defensor da causa animal, disse que está acompanhando os casos e tem se empenhado para ajudar a resolver o problema.
"Estamos reunindo todas as informações, organizando as testemunhas e solicitamos imagens à Soprecam. É uma pena que as câmeras de segurança do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) da Região Oceânica não esteja funcionando, mas a gente vai trabalhar, com todo afinco, para identificar o responsável e que ele seja preso e seja o exemplo, pois maus-tratos não têm classe social, não têm nenhum tipo de viés. Quem faz isso tem que ser preso e hoje a lei não possibilita nenhum tipo de fiança", explicou o vereador.
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO
O crime de maus-tratos contra animais pode punir com dois a cinco anos de prisão, além de multa e proibição da guarda. Inclusive a pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal. O crime é previsto no artigo 32 da Lei Nº 9.605, com alteração da Lei Nº 14.064/2020.
Os animais silvestres e domésticos, incluindo os de rua, também são protegidos por lei. Caso haja flagrante de alguém colocando veneno pelo bairro, a orientação é registrar imagens e denunciar imediatamente à Polícia Militar pelo 190.
As queixas também podem ser feitas ao Programa Verde pelos números 2253-1177, 0300 253 1177, ou site www.disquedenuncia.org.br.
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