Até quando?

Mais de 60 horas sem água e ainda não há previsão de retorno

Governo do Estado reforça a fiscalização

Como resultado, diversos consumidores estão se ''virando nos 30''
Como resultado, diversos consumidores estão se ''virando nos 30'' |  Foto: Péricles Cutrim

Após mais de 60 horas, a operação do Sistema Imunana-Laranjal segue com o abastecimento de água paralisado em cinco cidades da Região Metropolitana do Rio. Segundo a Cedae, ainda não há previsão de retorno do funcionamento.

O sistema abastece Niterói, São Gonçalo, Itaboraí (água bruta), Maricá (distritos de Inoã e Itaipuaçu) e Ilha de Paquetá, e impacta cerca de 2 milhões de pessoas. A companhia informa que tem testado a qualidade da água a cada hora para acompanhar o índice de tolueno.

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Poluentes na água

A Cedae, responsável pela operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Laranjal, em São Gonçalo, paralisou o funcionamento na manhã da última quarta-feira (3) após ser identificada alteração da qualidade da água bruta (ainda não tratada) no manancial de captação, que testes apontaram ser tolueno.

Os exames quanto à qualidade da água são realizados no Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental (Libra), na Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. 

Até o fim desta sexta-feira (5), a força-tarefa criada pelo Governo do Estado já havia retirado 50 mil litros de água com o poluente dos canais às margens do rio. Toda a área atingida pelo material foi isolada e o monitoramento do entorno foi intensificado.

Ainda sem previsão

Os exames realizados pelo Laboratório Biológico de Rastreamento Ambiental (Libra) a cada uma hora, desde que foi constatada a contaminação, ainda não permitiram a volta da operação da Imunana-Laranjal.

Os níveis de tolueno foram reduzidos de 59 para 32 microgramas/l, mas as medições têm tido valores variáveis ao longo do dia. A resolução Conama 357 permite 2 microgramas/l e a Portaria de Potabilidade 888 permite 30 microgramas/l. A Cedae só poderá reabrir a captação quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano.

Outras medidas adotadas são uso do carvão para diminuir de forma significativa a incidência do poluente na água, implementação de boias para obstrução de pontos estratégicos. Os trabalhos continuarão neste sábado.

'Pegos de surpresa'

Como resultado, diversos consumidores de Niterói e São Gonçalo estão se ''virando nos 30'' para economizar a água que ainda resta.

‘’Ontem (quinta), a gente teve que ir para casa da vizinha para fazer até a janta porque a gente não tinha nada de água. A gente ficou esperando que fosse retornar. Nós também não fomos avisados. Assim como todo mundo, a gente foi pego de surpresa'’, contou Rafaela Guedes, de 28 anos, moradora de São Gonçalo. 

No Barreto, Zona Norte de Niterói, a situação não era muito diferente. Mesmo aqueles que têm a possibilidade de comprar água, estão enfrentando preços altos, em razão do aumento da demanda. Segundo moradores de Niterói, os valores saíram de R$ 300 para R$ 1.500.

Segundo a estudante Isabelli Sena, a economia no consumo de água entrou na rotina. ‘’Lá em casa estamos com a bomba d’água ruim, e nossa água está acabando. Estamos prezando a descarga nas urinas e ao menos um banho rápido no dia.’’, contou.

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