Cidades

Moradores de Pedreiras protestam contra construção de condomínio

Para os moradores, a construção é uma ameaça a segurança e paz da região. Foto: Colaboração Patrícia Vivas.

A construção de um conjunto habitacional no bairro Pedreiras, em Maricá, virou motivo de protesto entre moradores da região. O projeto foi divulgado recentemente pela Prefeitura, mas não agradou quem já mora no bairro com medo do aumento da violência.

Segundo o prefeito Fabiano Horta, o condomínio Bela Vista é uma iniciativa da Secretaria de Habitação para reassentamento de moradores que já vivem em áreas da localidade nas quais não é possível fazer a regularização fundiária. No entanto, para os moradores locais a construção é uma ameaça a segurança e paz da região.

Segundo o vice-presidente da Associação de Moradores do Parque da Cidade e Jardim Vera Cruz, Luiz Fernando Carreiro, diversas associações se reuniram e escreveram uma carta que foi protocolada no gabinete do prefeito. Em substituição ao conjunto habitacional, o documento prevê a realização de um projeto voltado para o turismo e paisagismo.

"Esse projeto traria renda e empregos para o município, mas não conseguimos nem apresentar. Se tiver o mesmo resultado que o Minha Casa Minha Vida (MCMV) de Inoã e Itaipuaçu resultará em violência e insegurança para a população de Maricá", disse.

Projeto

De acordo com a Prefeitura, o projeto não tem ligação com o MCMV.

Segundo o Executivo, o projeto é formado em 90% por casas individuais em uma área de 43,1 mil metros quadrados e será acompanhado também de urbanização – o que inclui o planejamento de segurança local - e de equipamentos que integrem o conjunto com a área do entorno.

Ainda conforme a Prefeitura, todos os futuros moradores do Bela Vista já estão devidamente cadastrados pela Secretaria e receberão os imóveis conforme os critérios estabelecidos pela pasta e não haverá novo cadastramento.

O prefeito Fabiano Horta esclarece que ao todo são 224 famílias beneficiadas, que vivem em área com histórico de alagamentos às margens do Rio Mumbuca há mais de 20 anos. Com o reassentamento, a área desocupada passará por um processo de revitalização urbana e ambiental.

Apesar dos esclarecimentos, uma reunião está marcada às 17h desta terça-feira (2) para discutir os riscos da construção para a população que já mora na região.

O comandante do 12º BPM, responsável pela segurança dos maricaenses, afirmou que esta é uma questão política e que prefere não se pronunciar sobre o caso.

População

Os moradores da região demonstraram preocupação com a construção. É o caso de Nicholas Figueiredo, que afirmou não ser a favor nem contra o projeto, mas assumiu ter medo da tranquilidade mudar na região.

"Existem conjuntos habitacionais muito organizados, mas outros que viram verdadeiros pontos de tráfico. Nós sempre lutamos para manter a paz na região, temos diversos policiais como vizinhos e sabemos o risco que corremos com esse condomínio. Tudo vai depender do nível das pessoas que irão se mudar para cá", afirmou.

Uma moradora que preferiu se identificar apenas como Viviane contou que as moradias populares em Itaipuaçu e Inoã deixam qualquer um nervoso.

"Moro aqui há 12 anos e nunca tive nenhum problema de violência. Nós vemos o que acontece nas regiões que possuem esses condomínios e não queremos essa dor de cabeça para cá", disse.

Um mecânico que preferiu não se identificar concordou com a vizinha. "Deixo a garagem aberta, ferramentas expostas, carros e motos estacionados sem riscos e não estou nada satisfeito com essa mudança", finalizou.

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