Hemodiálise

Menino de 11 anos luta pela vida; família de Niterói faz vaquinha

Demora dos órgãos públicos deixa despesas na conta da família

Paulo Felipe, de 11 anos, luta pela vida
Paulo Felipe, de 11 anos, luta pela vida |  Foto: Arquivo pessoal

O pequeno Paulo Felipe Araújo da Silva, de 11 anos, que mora com a família no bairro Maceió, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, está há quase três meses passando por hemodiálise no Hospital Federal dos Servidores do Estado, na Saúde, na capital fluminense.

Embora fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os medicamentos prescritos para tratamento (Alfaepoetina e o hormônio calcitriol) têm um prazo extenso para chegar até os pacientes.

Além disso, com a distância entre casa e hospital, a família de Paulo tem gastado uma verdadeira fortuna com carro de aplicativo, três vezes por semana, até conseguir a assistência do município onde mora — que é responsável pelo translado. As despesas totais superam a faixa dos R$ 5 mil mensais.

Urgência

O tratamento é fundamental para os pacientes que apresentam quadro de falência renal. É a única maneira para que o menino tenha a oportunidade de entrar na fila de transplante e sobreviver.

A mãe do garoto, Antomilka Araujo Cordeiro, 29 anos, tem que comprar o remédio enquanto aguarda o tempo estipulado pelo SUS, que varia de 45 a 90 dias.

Ela não teve outra saída, senão criar uma vaquinha virtual, que estima levantar cerca de R$ 10 mil. Até a publicação da reportagem, tinham sido arrecadados R$ 2,3 mil, por cerca de 40 apoiadores.

Atualmente, Antomilka está desempregada e é beneficiária do Bolsa Família. "A gente fez essa vaquinha para realmente conseguir essa medicação, é muito caro e ele não pode deixar de tomar", relatou.

O remédio, em questão, é a Alfaepoetina, no qual a mãe gasta mais de R$ 2,5 mil por mês. O transporte de Niterói até o hospital, que é gratuito, e de responsabilidade da Prefeitura, junto à Secretaria Municipal de Saúde, só será concedido a partir de janeiro de 2024, apesar das diversas tentativas da mãe em conseguir o benefício para o filho anteriormente.

Como a falência renal prejudica a movimentação dos pacientes, principalmente por conta do desconforto e dores, eles se deslocam por carro de aplicativo. 

Paulo Felipe passa por hemodiálise três vezes por semana
Paulo Felipe passa por hemodiálise três vezes por semana |  Foto: Arquivo pessoal

O que diz o HFSE?

Procurada pelo ENFOCO, a direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) informa que os medicamentos para complicações da Doença Renal Crônica, como a Alfaepoetina e o hormônio calcitriol, são dispensados na farmácia especializada do Estado.

Já os demais podem ser retirados pelo responsável nas unidades básicas de saúde (postos de saúde da família) do seu município, neste caso, em Niterói.

E o transporte?

A Prefeitura de Niterói, por sua vez, afirmou, através da Secretaria Municipal de Saúde, "que possui o serviço de transporte para o procedimento de hemodiálise, que está funcionando normalmente. O cadastro do paciente Paulo Felipe Araújo da Silva já foi realizado e o transporte foi incluído na agenda de janeiro. A secretaria está à disposição para orientação e esclarecimentos". 

Você pode contribuir com a vaquinha do pequeno Paulo Felipe, clicando neste link

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