O niteroiense Pedro Henrique Pontes, de 31 anos, concorre, no próximo sábado (24), ao Prêmio Internacional Pena de Ouro, de poesia, que contempla a melhor obra no cenário internacional de nacionalidades lusitanas.
O tema escolhido pelo artista foi uma escrita fidedigna de seus anseios e temores, na condição de preto e pobre, como ele diz, passando pela alusão ao rito cristão de “tomar a ceia”, com uma subliminar homenagem à Marielle Franco, vereadora brutalmente assassinada há quatro anos.
O concurso atrai modalidades diversas da escrita, mas Pedro escolheu a poesia, seu carro chefe, escrito de improviso, no bloco de notas, pelo celular. O conteúdo é compartilhado em sua página no Instagram, Pontes do Pedro, pelo menos uma vez na semana com novos textos, e temática romantizada da vida nossa de cada dia.
Para o concurso Pena de Ouro, o poeta optou em trazer a reflexão profunda e polêmica do rito cristão que sugere “tomai a todos osangue de Cristo”, em paralelo à exaustão da humanidade,especialmente, minorias que sofrem com desigualdade, discriminação,entre outros males.
No trecho de sua obra, o poeta fala “Te peço forças pai, e coragempara seguir em frente. O Senhor já me fez preto, pobre, e guerreiro,mas nessas condições vou virar indigente. Peço perdeu senhor! Masseus mandamentos podiam ser revistos.
O texto foi feito pelo artista em 2018, no auge do processo de investigação do homicídio da ex-vereadora.
"aquilo me inquietava demais. Até hoje sinto esse temor pelos pretos, principalmente, os questão nas periferias, comunidades. Eu sou um dos poucos, da minha geração, que não teve envolvimento com algo ruim. A maioria no meu bairro estão alinhados à criminalidade.”
Esta é a 3ª edição do Prêmio Internacional Pena de Ouro, com categorias de Conto e Poema. Os países compatíveis acultura lusitana participantes são Angola, Brasil, Cabo Verde, GuinéBissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe eTimor-Leste, além de demais pessoas que escrevem em português.
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