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Pai de três crianças em SG se desespera e implora por emprego

Ivo Bazílio está desempregado há aproximadamente um ano e meio. Foto: Reprodução Redes Sociais

Desempregado há cerca de um ano e meio, o pai de família Ivo Bazílio Damasceno Silva, de 54 anos, chama a atenção de quem circula por Alcântara, em São Gonçalo. Segurando um cartaz com os dizeres: “Pai desesperado clama por um emprego”, o homem lamenta o acumulo de dívidas por conta da falta de oportunidades que tem enfrentado nos últimos tempos.

“No momento eu estou aceitando tudo: faxina, ajudante de obra… qualquer coisa. Eu tenho aluguel para pagar, estou devendo R$ 750 e o dono da casa já pediu para eu sair. Estou desnorteado”, explica.

Desocupado desde que foi demitido do último emprego, onde atuava como repositor de alimentos, em uma rede de supermercados, o pai de três crianças, uma de 2, outra de 4 e outra de 6 anos, revela que não sente vergonha de pedir ajuda publicamente.

“Nesse tempo todo já foram 105 currículos entregues em vários lugares e ninguém me chamou. Com o desespero, pedi para um senhor fazer esse cartaz e ele fez de graça. Eu não tenho vergonha. Já catei ferro velho, vendi latinhas, trabalhei como ajudante de pedreiro, entre outras atividades", desabafa.

Ivo mora próximo à Praça dos Bandeirantes, no Alcântara e não viu outra saída que não fosse ir a pé até a área central do bairro e caminha quase seis quilômetros entre idas e vindas diariamente. Ele explica que sai cedo de casa para tentar se reinserir no mercado de trabalho.

"Às vezes eu recebo uma cesta básica da igreja, mas é pequena. Aí tenho que fazer alguma coisa. Faço tudo pelos meus filhos e preciso mostrar para a minha companheira que ela tem um chefe de família em casa. Eu tenho muita fé em Deus que tudo dará certo”, conta.

O técnico de telecomunicações Pablo de Souza, de 39 anos, passava no local onde Ivo estava, por volta de 9h40. Ele disse que ficou sensibilizado com a cena e decidiu compartilhar a imagem nas redes sociais, com o objetivo de ajudar o rapaz.

“Me cortou o coração ver aquilo. Eu nem o conheço, mas resolvi ajudar dessa forma. Eu trabalho na rua de carro pra cima e pra baixo, passei no sinal do viaduto no Alcântara e notei que a feição dele era de uma pessoa realmente desesperada. Os meus olhos encheram de lágrimas, afinal, um pai de família se sujeitar a ficar ali é porque realmente está passando por muita necessidade”, frisou.

Segundo Ivo, até o momento uma empresa no Centro de São Gonçalo já fez contato com ele para uma entrevista. "Eu tenho muita fé que vou conseguir. Às 16h estarei lá no restaurante", comenta.

Desemprego

A taxa de desocupação no Brasil fechou o trimestre em 11,8% - uma leve queda em relação ao trimestre anterior, finalizado em junho, quando 12% da população estavam sem trabalho. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

O número de desocupados soma 12,5 milhões de pessoas, uma diminuição de 251 mil pessoas. Já a população ocupada atingiu 93,8 milhões, um aumento de 459 mil pessoas. O estudo também mostrou que o número de pessoas que desistiram de procurar trabalho, soma 4,7 milhões de pessoas, um recuo de 3,6%.

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