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Palmeiras morrem na orla de Itaipuaçu e mudam paisagem

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|  Foto: Foto: Marcelo Tavares
Palmeiras mortas preocupam moradores. Foto: Marcelo Tavares

Quem passa pela orla de Itaipuaçu, em Maricá, já deve ter percebido a mudança na paisagem. Isso porque a maioria das palmeiras, implantadas durante a urbanização do trecho, morreu ou ficou com poucas folhas. De acordo com a prefeitura, foram investidos quase R$ 140 milhões para infraestrutura do local, no entanto, especialistas alertam para as espécies plantadas, que seriam impróprias à beira mar.

Segundo Jorge Pontes, professor ecológico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as espécies são consideradas invasoras e não nativas.

"Primeiro plantaram a palmeira-imperial (Roystonea oleracea), espécie exótica com potencial invasor. Depois, no quarto plantio experimentaram uma que é aparentemente nativa, o coqueiro-baba-de-boi (Syagrus romanzoffiana). Mas o problema é que as golas e covas não são adequadas para o porte destas. Deveriam usar indivíduos jovens para que tenham a oportunidade de se adaptar ao microclima local"

Estudar para acertar

O especialista esclarece ainda que o ideal seria sempre usar plantas da restinga de Itaipuaçu e arredores, pois elas já estão acostumadas com o clima local. Além disso, o ecologista, que também é morador da cidade, ressalta a necessidade de um estudo ecológico para o correto plantio à beira mar.

"A gente sabe que a taxa de sucesso de replantio não chega a 10%, ou seja, é plantar para perder. Tudo tem que ser planejado com estudos ecológicos adequados ou continuarão a jogar dinheiro público fora."

Moradora do distrito, Simone dos Santos, de 48 anos, questiona por que não foi realizada melhor estratégia para evitar as mortes da espécie.

"Aí eles vão replantar e uma palmeira dessa é caríssima!"

A Prefeitura de Maricá esclarece que já foi acionado um engenheiro agrônomo para fazer um levantamento no local e avaliar a necessidade de substituição ou replantio das palmeiras na orla de Itaipuaçu, mas também não informou o prazo para execução do serviço. O Executivo também não esclareceu se houve estudo paisagístico antes da execução das obras.

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