Inédito

Primeira captação múltipla de órgãos é realizada em Maricá

Doações serão utilizadas em transplante no SUS

Captação foi realizada no Hospital Municipal Che Guevara
Captação foi realizada no Hospital Municipal Che Guevara |  Foto: Divulgação/Prefeitura Maricá

A Prefeitura de Maricá informou que o Hospital Municipal Ernesto Che Guevara realizou, na segunda-feira (16), a primeira captação múltipla de órgãos, na qual foram captados coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins, córneas, ossos e pele de um paciente do sexo masculino, que teve o diagnóstico de morte encefálica. Os oito órgãos doados serão utilizados em transplantes no Sistema Único de Saúde (SUS) e foram transportados em helicóptero pela equipe do RJ Transplantes.

Essa foi a quinta ação de captação de órgãos efetivada pelo hospital, que contou com o primeiro coração e pulmão captados para doação no local, um ato que contribui para salvar vidas de pessoas que aguardam por transplantes no SUS. As quatro captações anteriores totalizaram dois rins, um fígado e uma córnea.

A unidade conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), que faz a busca ativa de pacientes com morte encefálica, além de acolher e orientar as famílias, confirmando se a doação pode ser feita.

Integrante a CIHDOTT, Paula Nadaf destacou os processos necessários para efetivar a captação e a importância de falar sobre ser um doador.

"O paciente dessa captação teve o diagnóstico de morte encefálica, significando morte cerebral, mas os demais órgãos continuaram funcionando pelo auxílio de equipamentos. A doação só é possível atualmente com a autorização da família, então precisamos falar sobre isso com nossos familiares, mostrando a intenção de ser um doador e manifestando esse desejo em vida", afirmou.

Ela também detalhou os processos minuciosos para identificação e posterior doação dos órgãos.

"No momento que diagnosticamos a morte encefálica, avisamos à equipe do RJ Transplantes e seguimos todos os critérios rigorosos estabelecidos. Com a certificação desse óbito, é iniciada a verificação de quais órgãos podem ser doados e a realização de diversos exames laboratoriais e médicos. Após isso, o Estado analisa a fila de espera por transplantes para atestar quem é compatível com o doador, seguindo diversos critérios técnicos", acrescentou.

Captação começou em 2022

Segundo a Prefeitura, Maricá começou a realizar captação de órgãos em 2022, quando o município passou a integrar o Programa Estadual de Transplantes (PET). Até o momento, já foram captados 19 órgãos nos hospitais municipais Ernesto Che Guevara e Conde Modesto Leal.

O processo começa quando a equipe de profissionais identifica um quadro clínico com suspeita de morte encefálica, sinalizando à comissão responsável por essa área, que realiza a atualização da situação do paciente e faz as primeiras orientações à família, dando início ao acompanhamento.

Nessas situações, é obrigatório que a morte encefálica seja diagnosticada por dois médicos qualificados, seguindo resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, esses profissionais precisam ser titulares de uma das seguintes especialidades: medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia e medicina de emergência.

No caso de ausência, o diagnóstico pode ser feito por qualquer médico com, no mínimo, um ano de experiência no atendimento a pacientes em coma, que tenha acompanhado ou realizado, pelo menos, dez exames de determinação de morte encefálica ou tenha curso de capacitação na área. Nenhum dos médicos habilitados para a abertura e fechamento do protocolo de morte encefálica pode fazer parte da equipe de transplantes.

Após todas as etapas de identificação e avaliação detalhada dos profissionais, são enviados dados e informações precisas à equipe do RJ Transplantes, que segue com a organização e análise dos processos necessários até a doação e o transplante de órgãos.

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