Covid-19

Primeiras imunizadas no Rio contam como estão dois anos depois

Personagens tiveram um encontro para marcar a data

Reencontro foi selado com um abraço, dois anos depois do gesto ficar marcado pelo contágio da doença
Reencontro foi selado com um abraço, dois anos depois do gesto ficar marcado pelo contágio da doença |  Foto: Lucas Alvarenga
  

Há dois anos, o Rio parou para ver uma cena emblemática: a técnica de enfermagem Dulcinéia da Silva Lopes e Terezinha da Conceição foram vacinadas no Cristo Redentor, no auge da pandemia da Covid-19. 

Elas foram as primeiras vacinadas no estado. Nesta quarta (18), a dupla comentou o que sentiram nessa dia e como estão depois que puderam voltar para as ruas e que o “novo normal” passou a ser instaurado. O encontro aconteceu no Palácio do Catete, no Rio. 

Uma das figuras mais emblemáticas dessa primeira vacinação foi dona Terezinha da Conceição, que hoje tem 82 anos. Ela foi uma das escolhidas por causa de sua idade e por morar no Abrigo Cristo Redentor. 

"Me sinto bem, melhor do que eu pensava", disse Terezinha, segunda vacinada no estado
"Me sinto bem, melhor do que eu pensava", disse Terezinha, segunda vacinada no estado |  Foto: Lucas Alvarenga
    
Senti muita ansiedade, mas a alegria foi demais. Aí pedi para que o povo também tomasse, mas muita gente não toma. Eu me sinto bem Terezinha da Conceição, 2ª Vacinada no Rio
  

“Não virei jacaré após a vacina, tô muito bem, melhor ainda do que eu pensava”, contou. 

Dona Terezinha disse que após a vacina ela voltou a fazer tudo o que tinha vontade, incluindo suas aulas de artesanato. “Eu continuo trabalhando na Prefeitura, faço artesanatos de tudo, o professor ensina a bordar, a pintar, fazer de um tudo ele ensina. Minha vida voltou a ser maravilhosa após a vacina. Peço ao povo, que é culpado de não querer tomar a vacina, se fosse de matar eu não estava aqui. Eu estou com saúde, comendo o que eu quero e vivendo bem”, contou ela. 

Ela atuou na campanha contra a Poliomielite. “As campanhas de poli eram anuais e vacinávamos mais de 600 crianças num dia. Até a gente conseguir não ter nenhum caso de poli no Brasil. Eu queria que as pessoas voltassem agora a voltar a tomar a vacina contra o coronavírus. No início, todo mundo correu pra vacinar, mas depois as pessoas relaxaram. Eu já estou na minha quarta dose, aguardando a quinta dose”, disse ela. 

Outra imunizada no mesmo dia foi técnica de enfermagem do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no Acari, na Zona Norte do Rio, Dulcinéia da Silva Lopes, de 61 anos. Ela recebeu o convite no mesmo dia em que foi vacinada.

“Minha neta de 13 anos me ligou e falou que me viu na televisão, meu nome já estava na mídia logo depois que disse sim ao convite. Foi minha primeira vez no Cristo e participar desse momento tão solene, eu fiquei emocionada. O mundo inteiro viu. Foi uma honra representar a minha categoria, representar a linha de frente da Covid”, disse. 

Ela também conta como foi sua rotina na pandemia. “A gente não podia sair pra lugar nenhum. Era do hospital para casa, de casa para o trabalho. Eu tirava a roupa no quintal, tomava banho no chuveirão e entrava em casa por precaução após sair do hospital. Foi dolorido, vi muita gente morrer, perdi gente, foi penoso. Depois da vacina, conforme as pessoas eram vacinadas e o número de casos caiu, fomos relaxando, indo a praia, ao cinema, mas hoje eu só uso máscara no metrô por ser muito cheio”, contou ela que também recomenda que todos tomem as vacinas. 

Quem aplicou a vacina em Dulcinéia foi Ângelo Batista, de 41 anos, tenente do Corpo de Bombeiros. Para ele, a sensação foi indescritível. “Estar lá no meio, ser o centro das atenções, dá um receio, mas depois que você administra o que tem que fazer e vê as pessoas felizes é sensacional”, afirmou.

Ele contou como foi o dia. “Eu fui o responsável por sair da secretaria e ir até o aeroporto para fazer a recepção das vacinas e daí ir até o Cristo aplicar a primeira dose. A recomendação é que as pessoas continuem tomando a vacina para que possamos enfrentar esse vírus de frente”, disse. 

Dona Teresinha, Adélia e Ângelo se reencontraram para um abraço, dois anos após o gesto ser símbolo de contágio. 

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