Doze horas sem luz. Foi isso que viveram moradores e comerciantes de Copacabana, na Zona Sul do Rio, ao longo deste domingo (28).
A situação, inicialmente, afetou a Rua Santa Clara e se estendeu para Figueiredo de Magalhães e a Tonelero, além do bairro Peixoto.
"Não há plano de gerenciamento de crise, quer seja por explosão, incêndio ou furto. Como é fácil criar o caos numa grande cidade brasileira", reclamou uma moradora, em rede social.
O apagão, segundo a Light, teria sido provocado após furto de cabos na região, que sobrecarregou o sistema e danificou a rede elétrica.
A Polícia Militar, por sua vez, informou que o problema foi causado por um incêndio.
"12 horas em luz em Copacabana. Pedacinho da rua tem. O hotel com gerador tem, lá pro Leme tem, mas Copacabana, um breu. A praia mais famosa do mundo. O bairro mais visitado do Brasil, em pleno janeiro sem luz", denunciou outro morador.
O que diz a Light
"A Light informa que normalizou o fornecimento de energia para os cerca de 15 mil clientes em Copacabana, às 19h45 deste domingo (28), após ocorrência de furto de cabos da rede subterrânea deixar trechos de ruas sem luz.
Para o restabelecimento do serviço, a empresa precisou realizar uma intervenção de grande porte, mobilizando 22 equipes em campo, além de outros profissionais.
Apenas um condomínio permanece sem energia e a Light trabalha na substituição do transformador que atende este endereço. O equipamento queimou devido ao furto de cabos. A concessionária também avalia a viabilidade técnica de instalar um gerador para atender o condomínio.
A Light ressalta que esta região específica possui índices altíssimos de qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia. Uma ocorrência deste porte não é registrada há anos para o local e a interrupção de hoje [domingo] aconteceu exclusivamente por conta do furto de cabos.
Por volta das 8h20, técnicos da Light foram acionados para verificar ocorrência no bairro e constataram que o furto de cabos da rede elétrica ocasionou uma sobrecarga no sistema e defeitos em dois pontos, nas ruas Rua Santa Clara e Figueiredo Magalhães.
A empresa analisa a quantidade de cabos furtados e esclarece: mesmo pequenos trechos de fiação ou componentes subtraídos são suficientes para causar estragos relevantes no sistema e interromper o fornecimento de energia. Isto porque, com o ato de vandalismo, a energia que é demandada passa por menos cabos e causa superaquecimento e falhas no sistema elétrico.
O furto de cabos da rede subterrânea da Light aumentou, no comparativo entre 2022 e 2023, na região metropolitana do Rio. No ano passado, mais de 16 mil metros de cabos de cobre foram furtados, o equivalente à quatro voltas completas na Orla de Copacabana.
O número representa um aumento de 160% em relação ao ano anterior, em que foram subtraídos pouco mais de 6 mil metros de fios. Em 2023, a companhia registrou 373 ocorrências, que deixaram 192.377 mil clientes sem luz por um tempo de quase duas horas. Os atos de vandalismo também fizeram a empresa gastar quase R$ 4 milhões para recompor o material."
O que diz a PM
"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, de acordo com o comando do 19º BPM não houve furto. Teria ocorrido um incêndio no local, o que causou a interrupção de energia.
Contudo, o batalhão de Copacabana vem atuando sistematicamente a fim de coibir todos os tipos de crimes no estado.
As equipes policiais realizam ações diárias de abordagens e revistas, assim como tem intensificado as ações com bases em dados de inteligência e conduções de indivíduos em atitude suspeita, inclusive no período noturno e madrugada.
É importante destacar que esses esforços resultaram na diminuição de índices criminais. De acordo com dados apresentados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), houve redução de 22.9% no total de furtos na área de policiamento do 19ºBPM comparando os meses de dezembro de 2022 e 2023.
Em setembro, o Comando da SEPM antecipou o início da Operação Verão em todo o estado, intensificando o policiamento empenhando equipes policiais de unidades operacionais, do Batalhão de Ações com Cães (BAC), Rondas Especiais e Controle de Multidões e do Regimento de Cavalaria Enyr Cony dos Santos (RCECS).
Além disso, foi criado o chamado corredor de segurança. No qual as viaturas são baseadas em pontos estratégicos ao longo da Av. Nossa Senhora de Copacabana e Av. Atlântica, para aumentar a segurança de moradores e turistas que frequentam o calçadão.
A Polícia Militar ressalta ainda a importância da colaboração da população realizando denúncias - o telefone do Disque-Denúncia é (21) 2253-1177 - e acionando nossas equipes pela Central 190 ou via Aplicativo 190. Os registros nas delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que os procedimentos investigativos sejam iniciados."
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