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Romeu e Julieta: uma história de amor proibido no BioParque do Rio

Imagem ilustrativa da imagem Romeu e Julieta: uma história de amor proibido no BioParque do Rio
|  Foto: Foto: Colaboração/Bianca Cirino
Romeu e Julieta se encontram através das grades do local há anos. Foto: Colaboração/Bianca Cirino

O BioParque do Rio, antigo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, inaugurou há pouco mais de um mês e já encanta os visitantes. Mesmo com nova estrutura e novo conceito para abrigar os animais de maneira mais confortável, o local ainda tem histórias antigas dos seus personagens emblemáticos. Esse é o caso do romance impossível e proibido das araras Romeu e Julieta. A história arranca suspiros até mesmo dos desacreditados no amor.

A protagonista da versão do carioca do clássico de Shakespeare é a arara-canindé Julieta, como foi carinhosamente chamada pelos tratadores do local. O pássaro, que possivelmente mora na Floresta da Tijuca, visita todos os dias o seu amado Romeu, da mesma espécie. De acordo com funcionários, esse romance existe há anos, desde que Romeu morava em um viveiro na antiga estrutura do Jardim Zoológico.

A veterinária Blenda Amorim explicou que as araras são animais monogâmicos e escolhem um parceiro para a vida inteira. Segundo ela, essa é uma característica dos psitacídeos, família das araras, que inclui os papagaios, as cacatuas, os periquitos australianos, os periquitos verdes, as calopsitas, maritacas, marianinhas, entre outros. 

A união dos dois, no entanto, permanece impossível, já que o Romeu não pode ser solto e a Julieta não pode ser capturada.

"Uma foi criada em cativeiro e a outra não. Seria contra lei capturar a arara que está solta e em contrapartida se a que foi criada em cativeiro for solta, vai ser muito difícil a adaptação livre".

Blenda Amorim, veterinária

Separados por uma rede, Romeu e Julieta seguem vivendo a história de amor da forma que podem e encantando os visitantes que dão sorte e conseguem presenciar o encontro do casal durante a "imersão tropical" - momento em que é possível ter contato com cerca de 40 espécies de aves que voam em um área livre de 1.380 metros.

A advogada Thainá Batista, de 25 anos, visitou o BioParque no mês de abril e conta que ficou feliz de presenciar o encontro dos pássaros e que não esperava esse tipo de história durante o passeio.

"De início eu achei que era uma arara do parque que fugiu do viveiro, mas quando fui perguntar à uma funcionária descobri o que estava acontecendo. Eu achei triste, mas ao mesmo tempo é muito bonito. O romance deles realmente se assemelha ao de Romeu e Julieta, porque é, de fato, um amor impossível".

Thainá Batista, advogada

Para o ornitólogo Geraldino de Souza o que pode ter ajudado na 'união' é o fato de não ter tantos exemplares da espécie soltos na cidade. O ornitólogo Rafael Fernandes complementou explicando que a arara-canindé tinha uma população residente no estado do Rio até a década de 40, entretanto foram extintas por causa do tráfico de animais.

"Ela não tem um parceiro reprodutivo porque não tem população viável no estado ou na cidade para que ela encontre um parceiro. Então ela vai ao BioParque, provavelmente, para pegar alimentos e para uma tentativa de formação de casal", explicou Rafael.

Quem quiser conferir de perto, conhecer a nova estrutura e outras histórias do local, pode ter mais informações clicando aqui.

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