Revolta

Funcionários afetados por bebedouro em SG são obrigados a trabalhar

Empregados começaram a passar mal na última sexta-feira

Funcionários também tinham acesso ao bebedouro denunciado como possível fonte de contaminação
Funcionários também tinham acesso ao bebedouro denunciado como possível fonte de contaminação |  Foto: Reprodução

Depois de mais de 60 funcionários do Assaí Atacadista em Alcântara, São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, passarem mal na última sexta-feira (8) ao consumir água dos bebedouros da unidade, uma situação semelhante ocorreu com os empregados do McDonald's, localizado na entrada do mercado.

Eles também ficaram doentes por terem acesso ao mesmo bebedouro e denunciaram, nesta segunda (11), a pressão da empresa para o retorno ao trabalho. A unidade está fechada há quatro dias por causa do problema. 

Um dos funcionários, que optou por não se identificar, por medo de retaliação, revelou até que a responsável pela unidade de rede de fast food, está impedindo que eles apresentem atestados médicos para comprovar a ausência no trabalho.

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É revoltante! Estamos lidando com uma questão de saúde séria aqui, e a gestora simplesmente se recusa a reconhecer nossa condição. Não estamos pedindo um favor; estamos exigindo um direito básico. Impedir que apresentemos atestados médicos é desumano e mostra total falta de consideração pela nossa saúde Funcionário, anônimo

Os sintomas relatados pelos funcionários incluem dores abdominais, diarreia persistente e intensas dores de cabeça. Além disso, alguns colaboradores também foram diagnosticados com infecção intestinal.

Nossa saúde não pode ser ignorada diante das exigências do trabalho

Outras funcionárias, também sob a condição de anonimato, compartilharam suas experiências e indignações.

"Ela só se importa com a quantidade de vendas e a meta no fim do mês, não está nem aí para os funcionários. Para ela, não importa se estamos bem ou saúdaveis. Porém, que loja funciona sem os trabalhadores? Isso me deixa indignada. Somos seres humanos, temos famílias, mas infelizmente se morrermos hoje, amanhã tem outro em nosso lugar", compartilhou uma delas. 

A falta de empatia é surpreendente. É como se a nossa saúde não importasse. Estamos sendo pressionados a trabalhar mesmo doentes, como se não estivéssemos enfrentando nenhum problema. Nossa saúde não pode ser ignorada diante das exigências do trabalho. É crucial que alguma medida seja tomada para garantir que nossa saúde seja priorizada. Não podemos ser tratados assim. Funcionária, anônima

O que diz a empresa?

A empresa franqueada da rede esclarece que, ao ser comunicada do desconforto relatado por alguns de seus colaboradores, prontamente prestou todo o apoio necessário.

"Ainda, reiterando seu compromisso com o bem-estar dos seus funcionários, decidiu por manter a unidade fechada até receber do empreendimento responsável pelo abastecimento de água, um posicionamento técnico que garanta uma reabertura segura a todos", finalizou em nota.

O que diz a Vigilância Sanitária?

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informa que a Vigilância Sanitária fez inspeção no supermercado na última segunda-feira (11).

A Vigilância em Saúde Ambiental coletou amostra da água para análise microbiológica e a Vigilância Epidemiológica também esteve no local para avaliar e sistematizar os sintomas dos funcionários afetados. O bebedouro já tinha sido interditado pela empresa.

"Também foi solicitado que os reservatórios fossem esvaziados para limpeza e desinfecção. No entanto, o estabelecimento tem documentos comprobatórios de que havia realizado a higienização dos seus reservatórios e análise da água em 30/08/23. A última inspeção da Vigilância Sanitária no supermercado foi realizada no dia 11/09/23 para análise da concessão da licença sanitária de funcionamento", enfatizou.

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