Cidades

UPAs do Rio devem implantar programa de identificação e cuidados de AVC

O projeto garante o atendimento de forma mais rápida e eficaz à vítima de infarto e diminui os riscos de óbito ou sequelas no paciente. Foto: Arquivo/Pedro Conforte

A Secretaria de Estado de Saúde (SES)  vai implantar um programa de identificação e cuidados de acidente vascular cerebral (AVC) nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do estado. Nos moldes do programa de identificação de infarto agudo do miocárdio (IAM), o projeto visa orientar e criar diretrizes para que os profissionais dessas unidades consigam identificar rapidamente o AVC, reduzindo mortalidade e sequelas. Com base nos protocolos, os médicos deverão encaminhar os pacientes para hospitais referenciados, onde eles possam realizar tomografia em até quatro horas e meia do início dos sintomas.

"Estamos em um processo de municipalização das UPAs, com apoio do estado. Nessa passagem para a gestão municipal, vamos implantar a obrigatoriedade dos municípios manterem os protocolos de cuidados de AVC e infarto. Hoje, o AVC é a principal causa de internação no estado e representa de 30% a 40% dos atendimentos em emergências . Queremos garantir que esses pacientes tenham acesso a um tratamento", destacou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.

O tema foi debatido, na manhã desta terça-feira (8), por um grupo de trabalhadores que reúne técnicos da SES e representantes das sociedades de Cardiologia e Neurologia. O grupo vai definir as unidades de referência para realização das tomografias e mapeamento da área de atendimento. Os próximos passos incluem reuniões com diretores de hospitais de referência para alinhamento do fluxo e estabelecimento das diretrizes de tratamentos pós AVC.

Implantado pela SES em 2015, o protocolo de atendimento a casos de infarto rendeu a diversas UPAs o título de unidade Amiga do Coração. O projeto garante o atendimento de forma mais rápida e eficaz à vítima de infarto e diminui os riscos de óbito ou sequelas no paciente. Ao dar entrada em uma UPA com queixa de dor no peito, o paciente é avaliado e realiza eletrocardiograma. O exame é enviado a uma central no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, onde é avaliado por cardiologistas. Em até três minutos, o parecer fica disponível aos profissionais da UPA, com a indicação - ou não - do uso de trombolíticos (medicamentos que dissolvem coágulos sanguíneos).

No caso do AVC, o médico da unidade de pronto atendimento deverá avaliar o paciente e encaminhá-lo para unidades de referência, onde ele terá prioridade para fazer tomografia. Nas unidades que tiverem neurologista, a avaliação será imediata, com indicação - ou não - de uso de trombolíticos para tratamento de AVC isquêmico. Para hospitais que não tiverem neurologistas, a SES estuda a implantação de um aplicativo, pelo qual o exame será enviado para avaliação on-line por especialista. Nos indicativos de AVC hemorrágico, a avaliação será realizada pela equipe médica para o melhor procedimento.

"Estamos lidando com a pandemia e sabemos que as ocorrências de AVC estão aumentando, porém, neste momento, não estamos conseguindo registrar essas informações por causa da Covid-19. Com os protocolos a serem seguidos, temos certeza de que vamos avançar nesse processo de identificação do AVC, evitar sequelas e salvar vidas " afirmou o cardiologista Antônio Ribeiro Neto, coordenador do programa e da Linha de Cuidados de Infarto Agudo do Miocárdio da SES.

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